Muitas pessoas já tomaram fluoxetina, vendida sob a marca Prozac, um antidepressivo famoso que ajudou muitos casos
Porém, a droga teve resultados variados em sua história e sua
eficácia já foi questionada. Agora, um novo estudo com ratos reforça
descobertas recentes de que a fluoxetina, por si só, não oferece um
forte benefício, a menos que seja acompanhada por uma terapia cognitiva.
“A combinação de antidepressivo e terapia de exposição psicológica
produziu um efeito benéfico que não foi atingido por um ou outro
tratamento sozinho”, disse o autor do estudo, Eero Castrén.
No estudo, os pesquisadores deram fluoxetina a metade dos ratos. Em
seguida, os condicionaram a ter medo de um ruído, dando-lhes um pequeno
choque quando os animais o ouviam.
Após o condicionamento do medo, alguns dos ratos receberam o que os
pesquisadores chamam de “terapia de extinção” – os pesquisadores
reduziram o medo dos ratos do ruído, não dando o choque quando eles o
ouviam.
Na fase final do experimento, os pesquisadores deram choques nos
ratos cinco vezes sem o ruído. No dia seguinte, eles soaram o barulho
para ver como os ratos reagiriam, examinando seus cérebros.
Ratos que tinham sido tratados com fluoxetina e terapia de extinção
tiveram respostas diferentes no cérebro para o barulho, e foram menos
propensos a congelar quando ouviram o ruído na fase final do experimento
do que ratos que receberam apenas um dos dois tratamentos.
Cerca de 15% dos ratos que tinham sido submetidos a terapia de
extinção e receberam fluoxetina congelaram em resposta ao ruído,
enquanto pouco menos de 40% daqueles que não tomaram a droga congelaram.
Enquanto isso, pouco mais de 40% dos ratos que receberam a droga, mas
nenhuma terapia, congelaram, enquanto os ratos que não receberam a
droga nem fizeram terapia congelaram a uma taxa de cerca de 60%.
Embora o estudo tenha sido feito com ratos, ele confirma e ajuda a
explicar descobertas que, em pessoas, a terapia de conversação ou a
droga sozinha é menos eficaz do que as duas juntas.
A conclusão é de que tratamento psicológico combinado com a terapia
antidepressiva está associado a uma maior taxa de melhora da doença.
Segundo os pesquisadores, faz todo o sentido que o sistema nervoso tenha
de ser receptivo à mudança da droga com a terapia.
Tornar o sistema nervoso mutável, mas não fornecer qualquer exposição
ou experiência terapêutica que irá “informar essa mudança” pode fazer
do sucesso improvável.
O novo estudo reforça a evidência de que os antidepressivos funcionam
afetando o crescimento e a religação dos neurônios no cérebro, o que
explicaria por que os medicamentos parecem funcionar melhor durante um
período prolongado.
Mas também sugere que, se os antidepressivos estão “religando” o
cérebro, o cérebro precisa de orientação nesse processo (com a terapia).
Os pesquisadores explicam que a terapia de reabilitação deve ser
considerada em todos os casos que drogas antidepressivas estiverem sendo
usadas.
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