Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



domingo, 22 de junho de 2014

Terapia genética pode curar depressão

http://www.revistapesquisamedica.com.br/portal/arquivos/71238643_FVNDYS.jpgUma terapia genética que já cura ratos de sintomas de depressão pode ser a chave para o tratamento da mesma doença em humanos

A terapia gênica é um método de tratamento através da inserção de genes funcionais em células ou tecidos onde há genes mutados ou “quebrados” que estão causando problemas. 

Embora a terapia gênica ainda seja experimental, ela tem tido sucesso na cura do daltonismo em macacos e em testes iniciais para tratar a cegueira humana, o câncer e uma rara doença cerebral fatal chamada adrenoleucodistrofia. 

No entanto, a terapia gênica ainda não tinha sido usada no tratamento de transtornos psiquiátricos humanos. A terapia, que agora está sendo testado em primatas, pode ser aprovada para testes clínicos em humanos em menos de dois anos, se tudo correr bem.

O estudo centra-se em uma proteína chamada p11. Esta proteína é importante para o funcionamento do neurotransmissor serotonina, que, por sua vez, desempenha um papel na depressão.

Os ratos sem o gene que produz a p11 tendem a ficar deprimidos. No caso deles, a depressão significa pouquíssimo interesse em petiscos como água açucarada, e falta de motivação para sair de situações assustadoras, como ficar preso pela cauda.

Os pesquisadores tentaram descobrir se os ratos agiram desta forma porque ficar sem o gene na fase de embrião tinha retardado o seu desenvolvimento, ou se a proteína continuava a ser importante no cérebro adulto.

O objetivo era primeiro mostrar qual a importância da p11 para a função normal do cérebro adulto e, depois, tentar identificar a parte do cérebro onde ela é importante.

Para isso, os pesquisadores usaram um vírus inofensivo para injetar um fragmento de ácido ribonucléico (RNA), similar ao DNA, no cérebro de ratos normais. O RNA bloqueou a expressão de um gene que é essencial para a produção de p11, portanto ela parou nas áreas da injeção.

O experimento revelou uma mancha de p11 no cérebro do rato, em uma região conhecida por desempenhar um papel no prazer e na recompensa. Os ratos sem produção de p11 nessa região apresentaram todos os sinais de depressão.

Isso respondeu às perguntas dos pesquisadores sobre se e quando a p11 era importante. Então eles testaram a terapia gênica. A equipe usou ratos com deficiência na proteína. Então injetaram um gene p11 que reparou a produção da proteína em cada rato. O comportamento dos animais foi totalmente revertido. De repente, eles deixaram de ser depressivos e voltaram a ter um comportamento normal.

Nos estágios finais do estudo, os pesquisadores procuraram saber se a p11 desempenhava um papel semelhante em cérebros humanos. Eles compararam os cérebros de 17 pessoas mortas que tiveram depressão com os cérebros de 17 pessoas mortas que não tiveram depressão. Depois de controlar idade e sexo, os pesquisadores descobriram que as pessoas deprimidas também tinham níveis mais baixos da proteína p11.

Isso sugere que a depressão humana está associada a baixos níveis de p11 no cérebro, e a terapia genética pode ser capaz de reverter essa condição.

Segundo os pesquisadores, outros genes também têm um papel na depressão, a p11 é apenas um desses fatores. No entanto, a proteína é um alvo particularmente atraente para a terapia por causa de seu papel no cérebro. Ela atua quase como um “rebocador”, trazendo um receptor de serotonina importante para a superfície da célula, onde ele pode interagir com o neurotransmissor.

Sem a p11, as células do cérebro não respondem adequadamente à serotonina. Como o papel da p11 é bem especializado, aprimorar os seus níveis é menos susceptível de provocar resistência ou efeitos secundários observados em outros tipos de tratamentos.

O estudo aponta um caminho para uma nova terapia para a depressão, além de fornecer novas evidências de que doenças psiquiátricas como a depressão não são diferentes de outros tipos de distúrbios neurológicos.

 LiveScience

Nenhum comentário:

Postar um comentário