Eles foram feitos para pessoas com diabetes, mas possuem maior teor de sódio do que os alimentos originais e o excesso pode levar a problemas cardiovasculares
No mês de novembro
todo o mundo se une em prol de uma causa muito importante, informar
sobre o diabetes. Comemorado anualmente no dia 14 de novembro, o Dia
Mundial do Diabetes chama a atenção de todos para questões que envolvem a doença, incluindo
prevenção e tratamento. O Brasil ocupa a quarta posição entre os países
com prevalência de diabetes e a obesidade e o sedentarismo estão entre
as principais causas dessa epidemia.
Recentemente o
Ministério da Saúde divulgou a prevalência de obesidade em nosso país,
quase metade da população brasileira esta com sobrepeso ou obesidade. A
mudança no perfil alimentar tem sido fortemente relacionada à epidemia
de obesidade, representada principalmente pelo aumento do consumo de
alimentos refinados, industrializados e produtos prontos. Em comum, além
do elevado valor calórico, esses alimentos também são ricos em sódio.
O consumo
excessivo de sódio tem sido tema de grandes discussões pela forte
associação com outra doença, a hipertenção arterial e pelo aumento do
risco de doenças cardiovasculares. Porém, o que mais se questiona
atualmente é a quantidade elevada de sódio em produtos dietéticos ou com
baixo valor calórico. De fato é um tema que expõe uma grande
contradição, como produtos alimentares idealizados para tratar o
diabetes e diminuir o excesso de peso pode elevar o risco de outra
doença?
O sódio é um
nutriente largamente utilizado pela indústria de alimentos. É utilizado
principalmente como conservante e adoçante. O ciclamato de sódio e
sacarina sódica são os adoçantes que contribuem para elevação de sódio
em produtos dietéticos. A indústria substitui o açúcar por uma
combinação de adoçante, incluindo esses que contém sódio, em produtos
como doces diet, iogurte light ou diet e principalmente bebidas como
sucos e refrigerantes. Quando comparados aos produtos originais, nota-se
maior teor de sódio, mas não necessariamente são ricos em sódio.
O fato é que o
consumo desses produtos não traz à saúde riscos adicionais, o consumo
excessivo, esse sim parece ser o maior vilão. Infelizmente, é difícil
saber exatamente a quantidade de adoçante ingerida diariamente, pois nem
sempre os fabricantes disponibilizam esses valores nos rótulos. Também
não sabemos quanto de sódio tem nessas porções. Por isso, é fundamental
controlar a quantidade de alimentos contendo adoçante e não a quantidade
máxima de adoçante.
Afinal, o uso
indiscriminado de adoçantes parece estar dando o aval para que as
pessoas consumam mais alimentos e com eles, muito mais calorias. A saída
é procurar entender um pouco mais sobre os alimentos que consumimos,
para que possamos usufruir das possibilidades alimentares que dispomos
hoje, como, por exemplo, o grande avanço que foi a descoberta dos
adoçantes, principalmente para pessoas com diabetes. Além delas, as
pessoas que desejam perder peso ou até manter peso também foram
beneficiadas, pois conseguem reduzir bastante às calorias ingeridas
durante o dia com a troca do açúcar pelo adoçante.
Já o uso do sódio
como conservante de alimentos industrializados gera muito mais
preocupação, pois esses produtos são realmente ricos em sódio. Não são
produtos destinados a grupos específicos e estão diretamente
relacionados ao surgimento de doenças crônicas como obesidade e
hipertensão. Esse é um tópico tão importante que levou o Ministério da
Saúde a firmar acordos com a indústria de alimentos visando à diminuição
do sódio em alimentos processados.
A mensagem mais importante para àqueles
que já desenvolveram a doença e para um grande número de pessoas que
ainda podem fazer a prevenção é de que o sódio em alimentos dietéticos
não traz danos adicionais à saúde, desde que consumidos moderadamente. A
discussão sobre o sódio não deve ficar restrita apenas para produtos
industrializados. No Brasil o sal de adição ainda é o nosso maior
problema. Buscar equilíbrio entre o consumo de sal refinado, a
diminuição do consumo de produtos processados, o aumento da atividade
física e o alcance das metas de peso é sem dúvida uma grande desafio,
mas nessas medidas encontraremos a garantia de um futuro saudável!
Minha Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário