Thinkstock Photos: Após os exercícios, os participantes reduziram sua pressão
arterial em 9%, aumentaram a sua capacidade pulmonar e
acharam mais
fácil realizar atividades do dia-a-dia
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Pesquisadores da Escócia descobriram que seis segundos de
exercícios físicos intensos podem transformar a saúde de idosos, ao
reduzir a pressão sanguínea e melhorar o condicionamento geral ao longo
do tempo.
Esta modalidade de treinamentos curtos, de alta
intensidade, tem atraído cada vez mais seguidores, prometendo alguns dos
mesmos benefícios que os exercícios convencionais, mas em um tempo
muito menor.
O
estudo piloto da Universidade de Abertay testou a hipótese em 12
aposentados. O grupo realizou exercícios intensos de bicicleta duas
vezes por semana durante duas semanas.
Após os exercícios, os
participantes reduziram sua pressão arterial em 9%, aumentaram a sua
capacidade pulmonar e acharam mais fácil realizar atividades do
dia-a-dia, como levantar-se de uma cadeira ou levar o cachorro para
passear.
"Eles não foram excepcionalmente rápidos, mas para alguém dessa idade, foram", disse o coordenador do estudo, John Babraj.
"Muitas
doenças estão associadas com o comportamento sedentário - como doenças
cardiovasculares e diabetes - mas se mantivermos as pessoas ativas e
funcionando, poderemos reduzir o risco (dessas doenças)."
Os resultados foram detalhados na publicação da Sociedade Americana de Geriatria, Journal of the American Geriatrics Society.
Seguro?
O
estudo adotou a abordagem que advoga por explorar os limites do corpo
durante apenas alguns segundos, em vez de gastar mais tempo em uma
corrida de meia hora ou pedalar por alguns quilômetros.
Alguns
especialistas argumentam que o treinamento curto e intenso é mais seguro
do que o exercício convencional. Nestes últimos, taxas mais altas de
batimentos cardíacos e pressão arterial podem levar a ataques cardíacos e
derrames.
Babraj disse que corridas por longos tempos "colocam uma pressão maior sobre o coração em geral".
Já
o método intenso pode ajudar a reduzir os custos "astronômicos" dos
problemas de saúde em idosos, disse ele. "Temos uma população com alta
média etária, e se não a incentivarmos a ser ativa, a carga econômica
disso será astronômica."
Os exercícios usados na pesquisa podem
ser realizados em casa, desde que os interessados procurem
aconselhamento médico de antemão, segundo o acadêmico.
Mais de 10
milhões de pessoas no Reino Unido - de uma população total de 63 milhões
- têm mais de 65 anos de idade, e esse número tende a aumentar.
No
Brasil, há cerca de 14,9 milhões de pessoas nesta faixa etária, segundo
o IBGE. O órgão prevê que essa fatia da população atingirá 58,4 milhões
em 2060.
Especialistas consultados pela BBC elogiaram que o
estudo tenha destacado os benefícios do exercício físico em qualquer
idade. "O estudo desafia a suposição de que tipo de exercício é correto
na velhice", disse o secretário-honorário da Sociedade Britânica de
Geriatria, Adam Gordon.
"A mensagem geral é que você nunca está
velho demais, frágil demais ou doente demais para se beneficiar de
exercícios, desde que sejam escolhidos com cuidado."
BBC Brasil / iG
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