Ostracismo no escritório pode desenvolver quadros de depressão e doenças psicossomáticas. Saiba como evitar isso
Não receber o aviso de reunião por ter sido esquecido pela
própria equipe é pior do que ser alvo de agressões diárias no
escritório.
A conclusão é dos pesquisadores da
Universidade British Columbia, no Canadá, que garantem que a prática do
ostracismo (isolamento de um funcionário) pode ser bem mais letal do que
o próprio bullying.
Sandra Robinson, coautora da
pesquisa publicada neste ano e especialista em analisar comportamento
humano no ambiente de trabalho, estudou o impacto do ostracismo na saúde
física e mental de um funcionário. Ela acredita o bem-estar dos
ignorados é muito mais afetado e comprometido se comparado aos que
sofrem assédio moral no cotidiano – como piadas e apelidos maldosos e
ridicularização.
“Não vivemos bem sem o apoio e conexão com outros
humanos. O primeiro erro do agressor é achar que se não tem algo de bom
para dizer ao outro, o melhor caminho é o silêncio. O ostracismo fere o
senso de pertencimento porque o ignorado entende que não é nem digno de
atenção”, explicou Sandra ao Delas em entrevista por e-mail.
Os
isolados apresentaram ainda um quadro expressivo de doenças
psicossomáticas, depressão e maior vontade de largar o emprego por
considerá-lo uma “fonte de dor”. O resultado da pesquisa, segundo a
acadêmica, busca divulgar as consequências do ostracismo pelo mundo, que
adota erroneamente o bullying como o único vilão dentro dos
escritórios.
“Comportamentos de ostracismo são muitas vezes o padrão
(talvez mais fácil) de resposta para a gestão de conflitos entre pessoas
difíceis ou tensões comuns. É essencial trabalhar com essas tensões de
forma direta, saudável e construtiva sendo muito mais superior e
humana do que a evasão, a exclusão e o ostracismo”, disse Sandra.
Para
a psicóloga Teresa Gama, que também é diretora de uma consultoria
especializada em gestão de pessoas e concorda com a pesquisa canadense, o
ostracismo é tão dolorido como uma agressão direta.
“O isolamento pode ser até mais perverso porque é mais sutil e silencioso, difícil de ser trazido à tona e resolvido”.
Como se defender?
As
duas especialistas dizem que é muito difícil a vítima encontrar forças e
provas para combater o ostracismo. Por não ser algo visível, como a
agressão direta, o alvo não consegue discutir diretamente o assunto com
quem está criando a situação ou buscar a ajuda de seu superior.
“A
pessoa pode se ver sem recursos para enfrentar a situação e coloca em
dúvida se ela não está ‘criando’ ou imaginando coisas”, explica Teresa.
No
entanto, o ignorado deve aproveitar a oportunidade e provocar uma
autoanálise positiva. Buscar entender se estaria contribuindo com
algumas atitudes para que seja alvo desse tipo de situação e, se
identificar, mudar o comportamento. Outro ponto citado pelas
especialistas é buscar conversar com o agressor. Muitas vezes, a pessoa
que faz piadas pode não perceber o quanto isso é prejudicial para o
colega.
Veja a seguir os 10 comportamentos mais insuportáveis no trabalho:
A INJUSTIÇADA: Reclamona, ela tem certeza que os chefes a perseguem e vive “alugando” os colegas com as suas lamentações
O FALSO BONZINHO: Estabelece boas relações com todos os níveis hierárquicos, mas vive fazendo intrigas
A FOFOQUEIRA: Está sempre por dentro de tudo que acontece na vida dos outros funcionários
O PUXA-SACO: É um clássico no mundo corporativo. Em suas relações, classifica as pessoas por cargos
O OVERSHARER: Fica falando de coisas que ninguém realmente quer saber – e normalmente num tom de voz que os obriga a isso
O CARREIRISTA: Joga para ganhar. Fala o que os chefes gostam de ouvir e não pensa duas vezes ao passar a perna em alguém
A ULTRASEXY: Tem certeza que é a garota mais desejada da empresa, e tenta tirar algum benefício disso
O GALÃ: Ele não anda pelo corredor, desfila. Não leve muito a sério as brincadeiras dele
A MATRACA: Ela não para de falar e tende a ser inconveniente. Faz comentários sobre tudo e atrapalha a concentração dos colegas
O PIADISTA: Não fez curso de palhaço, mas quer sempre ser o mais divertido. O problema é que ele não consegue
Nenhum comentário:
Postar um comentário