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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Estilo de vida saudável reduz risco de demências, revela relatório global de Alzheimer

Foto: Gustavo Stephan / Gustavo Stephan - Estilo de vida diminui risco de demência em idosos
Controle das doenças cardiovasculares é um dos principais fatores associados à redução das chances de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas

Londres - Controle de diabetes, pressão arterial, assim como parar de fumar e reduzir o risco cardiovascular são medidas que podem ter um importante papel na prevenção de demências em idosos. A informação consta do relatório global de Alzheimer, publicado nesta quarta-feira.

O relatório afirma que a diabetes aumenta o risco de demência em 50%. A obesidade e a falta de atividade física são fatores de risco para a diabetes e a hipertensão, por isso deveriam ser alvo de ações, aponta o documento que foi produzido por uma equipe de pesquisadores do King's College London.

— Há evidências de vários estudos de que a incidência de demência pode estar caindo em países desenvolvidos, provavelmente por causa da melhoria das educação e da saúde cardiovascular. Precisamos fazer todo o possível para reforçar essa tendência — afirmou o autor do relatório, Martin Prince, do King's College London's.

Enquanto a saúde cardiovascular está melhorando em muitos países desenvolvidos, aqueles de média e baixa renda mostram uma tendência de aumento dessas enfermidades. No relatório, o ato de parar de fumar também está diretamente ligado à redução do risco de demência. Por exemplo, estudos de incidência da doença entre pessoas acima de 65 anos mostram que ex-fumantes têm um risco similar ao daqueles que nunca fumaram, enquanto que os que continuam a fumar têm riscos aumentados.

Além disso, o estudo revela que aqueles que têm mais oportunidades de educação têm menos chances de desenvolver o problema ao longo da vida. Evidências sugerem que a educação não tem impacto em mudanças cerebrais que levam à demência, mas ela impacto o funcionamento intelectual.

— Enquanto a idade e a genética são parte dos fatores de risco para demência, não fumar, ter uma alimentação saudável, fazer exercícios e ter uma boa educação ajudam a deixar o cérebro ativo. Pessoas que já têm demência, ou sinais dela, também podem fazer algo, que podem ajudar a diminuir a progressão da doença — lembrou diretor global sobre cuidados da demência do Bupa, Graham Stokes.

O relatório sugere que se envelhecemos com uma condição mais saudável, temos mais chances de viver por mais tempo, mais felizes e de maneira mais independente, com uma chance reduzida de desenvolver demência. A promoção da saúde cerebral é importante ao longo da vida, mas particularmente na meia idade, já que mudanças no cérebro começam décadas antes do início dos sintomas.

Uma pesquisa divulgada pela organização internacional Bupa mostrou que muitas pessoas não sabem claramente como reduzir o risco de demência. Apenas 25% identificaram o sobrepeso como um fator de risco, e apenas um em cinco (23%) disseram que atividade física poderia ajudar na prevenção. Enquanto isto, 68% disseram se preocupar em desenvolver o problema ao longo da vida.

— Da perspectiva da saúde pública, é importante notar que a maioria dos fatores de risco para demência se sobrepõem com o de outras doenças não transmissíveis. Em países desenvolvidos, existe um foco no estilo de vida saudável, mas este não é o caso em países de baixa e média renda. Até 2050, estimamos que 71% das pessoas com demência serão dessas regiões — comentou Marc Wortmann, diretor-executivo da organização Alzheimer's Disease International.

O Globo

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