Foto: Gustavo Stephan / Gustavo Stephan - Estilo de vida diminui risco de demência em idosos |
Controle das doenças cardiovasculares é um
dos principais fatores associados à redução das chances de
desenvolvimento de doenças neurodegenerativas
Londres - Controle de diabetes, pressão arterial, assim como parar de
fumar e reduzir o risco cardiovascular são medidas que podem ter um
importante papel na prevenção de demências em idosos. A informação
consta do relatório global de Alzheimer, publicado nesta quarta-feira.
O relatório afirma que a diabetes aumenta o risco de demência em 50%.
A obesidade e a falta de atividade física são fatores de risco para a
diabetes e a hipertensão, por isso deveriam ser alvo de ações, aponta o
documento que foi produzido por uma equipe de pesquisadores do King's
College London.
— Há evidências de vários estudos de que a incidência de demência
pode estar caindo em países desenvolvidos, provavelmente por causa da
melhoria das educação e da saúde cardiovascular. Precisamos fazer todo o
possível para reforçar essa tendência — afirmou o autor do relatório,
Martin Prince, do King's College London's.
Enquanto a saúde cardiovascular está melhorando em muitos países
desenvolvidos, aqueles de média e baixa renda mostram uma tendência de
aumento dessas enfermidades. No relatório, o ato de parar de fumar
também está diretamente ligado à redução do risco de demência. Por
exemplo, estudos de incidência da doença entre pessoas acima de 65 anos
mostram que ex-fumantes têm um risco similar ao daqueles que nunca
fumaram, enquanto que os que continuam a fumar têm riscos aumentados.
Além disso, o estudo revela que aqueles que têm mais oportunidades de
educação têm menos chances de desenvolver o problema ao longo da vida.
Evidências sugerem que a educação não tem impacto em mudanças cerebrais
que levam à demência, mas ela impacto o funcionamento intelectual.
— Enquanto a idade e a genética são parte dos fatores de risco para
demência, não fumar, ter uma alimentação saudável, fazer exercícios e
ter uma boa educação ajudam a deixar o cérebro ativo. Pessoas que já têm
demência, ou sinais dela, também podem fazer algo, que podem ajudar a
diminuir a progressão da doença — lembrou diretor global sobre cuidados
da demência do Bupa, Graham Stokes.
O relatório sugere que se envelhecemos com uma condição mais
saudável, temos mais chances de viver por mais tempo, mais felizes e de
maneira mais independente, com uma chance reduzida de desenvolver
demência. A promoção da saúde cerebral é importante ao longo da vida,
mas particularmente na meia idade, já que mudanças no cérebro começam
décadas antes do início dos sintomas.
Uma pesquisa divulgada pela organização internacional Bupa mostrou
que muitas pessoas não sabem claramente como reduzir o risco de
demência. Apenas 25% identificaram o sobrepeso como um fator de risco, e
apenas um em cinco (23%) disseram que atividade física poderia ajudar
na prevenção. Enquanto isto, 68% disseram se preocupar em desenvolver o
problema ao longo da vida.
— Da perspectiva da saúde pública, é importante notar que a maioria
dos fatores de risco para demência se sobrepõem com o de outras doenças
não transmissíveis. Em países desenvolvidos, existe um foco no estilo de
vida saudável, mas este não é o caso em países de baixa e média renda.
Até 2050, estimamos que 71% das pessoas com demência serão dessas
regiões — comentou Marc Wortmann, diretor-executivo da organização
Alzheimer's Disease International.
O Globo
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