Alimentos orgânicos são inegavelmente mais saudáveis do que aqueles com agrotóxicos; mas risco de contaminação é maior
É sempre melhor escolher um alimento orgânico do que um com
agrotóxico. Isso ninguém discute. No entanto, especialistas alertam que
é preciso avaliar bem a fonte de onde esse alimento proveio, já que ele
pode estar contaminado com fungos, bactérias e até mesmo por
protozoários – como a cisticercose, mais conhecida por solitária.
Por
não ter os defensores agrícolas, os alimentos orgânicos são, de uma
forma simplista, desprotegidos. Para isso, é preciso ter cuidado maior
no plantio e crescimento, para que ele não seja contaminado por fungos,
bactérias ou parasitas.
O
nutrólogo Roberto Navarro explica que nutricionalmente, os alimentos
orgânicos têm uma vantagem inegável sobre os que com agrotóxicos. "Só
tem que ter cuidado na hora da compra e do consumo", alerta.
Esse
cuidado que o médico se refere vai desde o plantio do alimento até
quando ele é levado à boca. Navarro explica que, se o alimento orgânico
está mais mole do que o normal, é preciso ficar de olho, pois indica que
está estragando. Vale lembrar que os orgânicos estragam mais rápido do
que os com agrotóxico.
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Ele
também aconselha a higienizar os alimentos com maior atenção. "Alguns
fungos são invisíveis, mas é preciso desprezar o alimento que já mostra
visivelmente que tem algum fungo", explica ele. Outros sinais apontados
pelo especialista são coloração alterada, odor diferente, e, claro, os
famosos parasitas. "A goiaba com bichinhos", comenta.
A
cisticercose é um outro problema. A ingestão de ovos da tênia, mais
conhecida por lombriga solitária, costuma acontecer pela alface, rúcula,
agrião e outras folhas. "Se lavar bem, o risco é anulado", comenta o
médico. Ele recomenda que além da higienização em água corrente, seja
utilizada soluções para matar esses microrganismos.
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As
três receitas eficazes para exterminar o problema são simples: uma
colher de sopa de bicarbonato de sódio a cada litro de água, três
colheres de sopa de vinagre para cada litro de água ou usar hipoclorito
na quantidade especificada na embalagem do higienizante são soluções
ótimas nesses casos. Neste caso, o médico lembra que o hipoclorito é o
mais eficiente dentre os três. Deixar o alimento de molho por algum
tempo pode diminuir em 90% o risco de contaminação.
Para o
nutrólogo, escolher alimentos com a certificação de produto orgânico é
uma segurança a mais, já que o plantio e crescimento dos alimentos devem
seguir um padrão rígido de qualidade.
Agrotóxicos são um perigo
Os
agrotóxicos são substâncias químicas usadas para proteger o alimento de
pragas, ajudando-o a crescer e até mesmo não estragar tão rápido. O
problema é que esses compostos químicos são nocivos aos seres humanos e,
quando em grande quantidade, estão ligados ao aumento de alguns tipos
de câncer.
O fígado humano é biologicamente programado para se
defender de agrotóxicos e outras substâncias tóxicas. Mas, como em tudo
na ciência, há limites, e o fígado pode exaurir-se com tanto trabalho.
Para melhorar a ação desse órgão, consumir alimentos com compostos
sulfídricos, que estão presentes nos vegetais verde-escuros, como couve,
espinafre, brócolis, bem como no alho, cebola e cogumelos comestíveis
ajudam o fígado a trabalhar melhor no processo conhecido por
detoxificação.
Logo, o ideal é consumir alimentos com
menos agrotóxicos, seja comprando orgânicos confiáveis (a melhor opção)
ou tentando reduzir o teor dos tóxicos com truques caseiros.
iG
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