Especialistas afirmam que tomar estimulantes sexuais em excesso é um risco, além de não ajudar no desempenho na cama
O personagem Reginaldo (Flavio Galvão), da novela Império, é simpático
ao uso de estimulantes sexuais. Chega a tomar três comprimidos antes de
cair nos braços da mulher Tuane (Nanda Costa).
A relação entre o casal é
complicada e gera dúvidas, já que em diversos capítulos o sexo foi
feito sem Tuane estar com vontade.
Polêmicas a parte, o problema é que
médicos advertem que a prática de Reginaldo não condiz muito com a
realidade e também pode representar risco, em caso de doença no coração.
“Para disfunção erétil, existem comprimidos de sildenafil
de 25 mg, 50 mg ou 100 mg. Se ele tomar três de 100 mg pode ser que
tenha os efeitos colaterais aumentados, como dor de cabeça e vermelhidão
pelo corpo. Terá mal estar”, afirma o vice-presidente da Sociedade de
Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro, Ricardo Mourilhe Rocha.
O
medicamento vasodilatador pode ser comprado sem a necessidade de
receita médica. Em 2009, com o fim da patente e o surgimento de remédios
genéricos mais baratos, as vendas de sildenafil disparam, saindo de 2
milhões de unidades para 30 milhões.
Rocha explica que no caso de
cardiopatas que usam medicamento sublingual à base de nitrato, a
combinação dos dois remédios é de alto risco, pois pode acarretar em
pressão baixa. “Nestes casos, a pessoa não faz estas combinações porque
tem medo”, avalia.
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Outra
questão é que se não houve melhora de desempenho sexual com 100 mg, não
haverá com mais. “Os estimulantes orais funcional em 80% dos casos de
disfunção erétil, mas se com 100mg não houver melhora da performance,
não adianta aumentar a dosagem, que também não haverá resultado”,
explica o chefe do departamento de andrologia da Sociedade Brasileira de
Andrologia (SBU), Antônio de Moraes.
Para os 20% dos casos existem os estimulantes injetáveis, chamados tratamentos de segunda linha, ou as próteses penianas.
Rocha
afirma que a maior preocupação quanto aos estimulantes sexuais está no
uso recreativo do sildenafil. “Normalmente são homens jovens e sem
problema de disfunção erétil que bebem. Então perdem a libido e usam o
sildenafil para melhorar a performance”, diz. Para o cardiologista, a
prática pode representar risco de dependência. “Acaba gerando uma
dependência, até mesmo por questões psicológicas”, diz o especialista.
iG
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