As caminhadas são um remédio e tanto para o corpo humano, independente da idade. Mas, para alguns pacientes com doenças como demência e mal de Parkinson, elas podem ter uma importância ainda maior
O problema é que quando uma pessoa tem uma dessas doenças, seus passos ficam mais curtos e o seu ritmo de caminhada diminui drasticamente. Isso significa que o cérebro está cada vez mais danificado – justamente porque essas doenças provocam a morte de células cerebrais.
Desta forma, fazer caminhadas periodicamente não só retardaria a avanço dessas cruéis doenças, como também ajudaria as células do cérebro a se recuperarem através da formação de novas conexões.
Como ajudar pessoas com demência e mal de Parkinson a vencer essa barreira motora e conseguirem caminhar normalmente?
É aí que entra a genial invenção do neurologista estadunidense Dr. Van Gerpen.
Na tentativa de ajudar pacientes atingidos por essas cruéis doenças, o Dr. Van Gerpen inventou um dispositivo a laser há vários anos que ajuda os doentes de Parkinson a andar melhor.
Como funciona
O dispositivo é acoplado a andadores ou bengalas e dispara um feixe de laser vermelho na frente da pessoa. Essas “pistas visuais” podem ajudar pacientes com Parkinson a andar em um ritmo constante. Quando os pacientes se concentram em passar por cima de uma determinada linha, eles acessam a parte visual do cérebro, que ignora a parte motora que não está funcionando, explica Van Gerpen.
Quem provou, aprovou
O dispositivo foi um divisor de águas para Wayne Puckett de Clermont, na Califórnia (Estados Unidos). Há quatro anos, ele começou a ter tremores, seguido de dificuldade para andar e problemas de memória.
Puckett disse que congelar na hora de dar passos foi o seu pior problema. Especialmente na hora de atravessar portas, ele tinha dificuldades enormes e simplesmente não conseguia andar. Ele, que é um ex-funcionário dos correios, costumava ser capaz de memorizar CEPS e endereços de rua com os pés nas costas, mas essa capacidade também tinha sido levada pela doença.
Em março de 2010, ele foi para a Clínica Mayo, em Jacksonville, onde o Dr. Van Gerpen o diagnosticou com uma forma de Parkinson e colocou o tal dispositivo, chamado Mobilaser, em seu andador.
A primeira vez que Puckett usou o Mobilase, agora distribuído em todo o mundo por algo em torno de R$ 900, ele não podia acreditar na diferença. Andou quase que normalmente!
O dispositivo o ajudou de outras maneiras também.
“Quando eu não era capaz de me mover tanto, notei que meu cérebro era muito pior”, disse Puckett. “Com o laser posso me mover, me locomover e estou definitivamente sendo capaz de me concentrar melhor”, comemora o paciente.
Em um estudo de 2012, a equipe do neurologista Van Gerpen estudou um pequeno grupo de pacientes com Parkinson que tinham dificuldade para caminhar. Ao utilizar o laser, eles cortaram pela metade tanto o tempo que os levava a caminhar por um determinado percurso, como o número de vezes em que chegavam a um impasse de simplesmente não conseguir sair do lugar, disse Van Gerpen.
Seu novo trabalho tem como objetivo provar que o laser ajuda os pacientes a caminhar todos os dias, ao longo de meses e anos. Já que, segundo o Dr. Nizam Razack, que é neurocirurgião de um hospital da Florida (Estados Unidos), onde realiza cirurgias no cérebro em pacientes de Parkinson para ajudar a melhorar sua deficiência motora, fazer com que esses pacientes façam caminhadas periódicas é extremamente importante, pois esse hábito ajuda no fluxo sanguíneo do cérebro e reduz o declínio das atividades motoras, mentais e musculares de uma maneira geral.
medicalxpress / Hypescience
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