Na semana passada, pesquisadores do The Scripps Research Institute, dos Estados Unidos, anunciaram o sucesso, em animais, de uma vacina contra a dependência da cocaína. O medicamento conseguiu impedir que a droga atingisse o cérebro. Dessa forma, impossibilitou a produção de seus efeitos e a consolidação do processo de dependência por ela induzido. Os detalhes do artigo foram publicados na última edição da revista científica “Molecular Pharmaceutics”.
O grupo responsável pelo trabalho é coordenado por Kim Janda, um dos mais renomados especialistas nesta área de investigação. Há anos os pesquisadores investem esforços para achar nas vacinas uma saída contra a dependência de drogas como a cocaína e a metanfetamina. O princípio é o mesmo dos imunizantes usados para a prevenção de doenças como o sarampo e a poliomielite. O que se quer é estimular a produção de anticorpos. Nesse caso, contra as substâncias químicas.
Para isso, primeiro cria-se um modelo de molécula semelhante ao das drogas. O produto é misturado a fragmentos de bactérias e vírus inofensivos, mas capazes de despertar as células de defesa. Os pesquisadores americanos, por exemplo, usaram a proteína bacteriana flagellin, utilizada em outros imunizantes.
De acordo com os cientistas, o remédio mostrou-se o mais eficaz entre todos os que já testaram até agora. “E se ele for corretamente formulado, pode funcionar para qualquer pessoa”, disse Janda à ISTOÉ. Na avaliação dos estudiosos, os resultados abrem um novo e promissor caminho na produção de vacinas contra a dependência química. “A ideia é que o remédio seja usado para tratar a dependência e também para evitá-la.”
Isto É
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