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sábado, 15 de agosto de 2015

Cientistas dos EUA usam fermento para acelerar produção de analgésicos

Cientistas dos EUA usam fermento para acelerar produção de analgésicosO descobrimento reduzirá o tempo de produção dos analgésicos de um ano para três ou cinco dias
 
Cientistas da Universidade de Stanford descobriram um método para alterar geneticamente o fermento e produzir com mais rapidez os ingredientes ativos dos analgésicos opiáceos, informou nesta quinta-feira a revista “Science”.
 
O descobrimento reduzirá o tempo de produção dos analgésicos de um ano para três ou cinco dias, o que permitirá desenvolver a menor custo uma ampla gama de ingredientes dos remédios produzidos a base de plantas, segundo destaca o estudo divulgado pela publicação científica.
 
Após uma década de trabalho, os cientistas da universidade californiana descobriram como reprogramar a composição genética do fermento de pão para que as células de rápido crescimento desta substância transformem o açúcar em hidrocodona, um opioide derivado da codeína que é utilizado como analgésico.
 
Segundo os pesquisadores de Stanford, a hidrocodona pode demorar mais de um ano para ser cultivada nas fazendas da Austrália, da Europa e em outros lugares que têm licença para obter o ópio, a partir do qual é produzida a substância.
 
Uma vez colhida uma quantidade suficiente para produzir um lote, o material vegetal é enviado a fábricas farmacêuticas nos Estados Unidos, onde as moléculas são extraídas e refinadas para que possam ser utilizadas como remédios.
 
“Quando começamos a trabalhar, há dez anos, muitos especialistas pensaram que seria impossível desenvolver fermentos que substituíssem o processo de produção que começa nessas fazendas e chega às fábricas”, declarou Christina Smolke, professora associada de Bioengenharia em Stanford e autora principal do estudo.
 
Segundo ela, “isso é só o começo, pois as técnicas desenvolvidas para os analgésicos opioides podem ser adaptadas para a produção de muitos compostos derivados de plantas destinados a combater o câncer, doenças infecciosas ou doenças crônicas como a hipertensão arterial e a artrites”.
 
Apesar da descoberta, os cientistas reconhecem que uma aceleração da produção dos analgésicos opioides e um maior acesso da população a esses remédios poderia aumentar os abusos.
 
“Precisamos nos assegurar que a produção de remédios de base biológica seja feita da forma mais responsável possível”, reconheceu a cientista, que considerou essencial um desenvolvimento equilibrado dos analgésicos para evitar abusos e facilitar o acesso aos que precisam.
 
Smolke destacou que nos EUA seria preciso tentar evitar o mal uso dos analgésicos opioides, que estão amplamente disponíveis e que podem chegar a ser fortemente viciantes se tomados de forma descontrolada.
 
No entanto, 5,5 bilhões de pessoas (83% da população mundial) vive em países com um baixo ou inexistente acesso aos remédios destinados a aliviar a dor, segundo dados da Organização Mundial daSaúde (OMS).
 
EFE Saúde

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