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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

90% dos pacientes de hospital no AP compram os próprios remédios

Vistoria identificou falta de remédios nas farmácias do Hcal (Foto: MP/Divulgação)
Foto/MP Divulgação
Vistoria identificou falta de remédios nas farmácias do HCAL
Afirmação consta em relatório do Ministério Público do Amapá. Governo informou que está providenciando a compra de medicamentos
 
Cerca de 90% dos pacientes internados no Hospital de Clínicas Doutor Alberto Lima (HCAL), em Macapá, precisam utilizar recursos próprios para comprar medicamentos e levar adiante o tratamento, segundo o Ministério Público Estadual (MP) do Amapá. Reclamações de familiares sobre a falta dos remédios motivaram uma nova vistoria da Promotoria de Defesa da Saúde ao hospital, na terça-feira (27).
 
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que "todas as providências relacionadas à compra de medicamentos e correlatos para o abastecimento da rede e aquisição de equipamentos estão sendo tomadas".
 
Na visita da promotoria, foram constatadas, segundo o MP, falta de remédios para tratamento dos pacientes internados no hospital, tanto na farmácia de internação quanto na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).
 
Cinco leitos estão em desuso na UTI do Hcal (Foto: MP/Divulgação)
Foto/MP Divulgação
Cinco leitos estão em desuso na UTI do HCAL
De acordo com o promotor de Saúde André Araújo, os pacientes são obrigados a comprar a medicação prescrita no hospital. Faltam, conforme Araújo, medicamentos específicos para a realização de quimioterapia em pacientes com câncer.
 
A inspeção também encontrou antigos problemas, segundo o MP, como a quantidade de leitos inativos por falta de manutenção na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O problema havia sido identificado em março, durante vistoria que gerou uma ação judicial para obrigar o Estado a ativá-los.
 
Na vistoria realizada na terça-feira, segundo a promotoria, estariam desativados 5 dos 11 leitos existentes na UTI, dedicados a atender pacientes graves, ou que precisem de cirurgias de grande porte.
 
O MPE informou que a ação judicial continua pendente de julgamento pelo Tribunal de Justiça do Amapá. Após a vistoria, a promotoria deve decidir se irá ou não pedir uma nova intervenção no HCAL para solucionar os problemas encontrados.
 
“Tal fato vem acarretando o cancelamento de diversas cirurgias e certamente a morte de pacientes graves que não podem receber o tratamento intensivo necessário por falta de vagas na UTI”, afirmou o promotor André Araújo.
 
A Secretaria de Estado da Saúde informou através da nota que uma "compra emergencial foi efetuada e parte dos medicamentos já começaram a ser entregues".
 
A Sesa também informou que deve fazer a compra regular de medicamentos para suprir as necessidades da população por um ano.
 
Sobre os leitos da UTI, a secretaria afirmou que "o processo licitatório de compra [desses equipamentos] encontra-se em análise jurídica para homologação".
 
G1

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