No futuro, descoberta pode oferecer alternativas diagnósticas ou terapêuticas para diminuir o risco de gravidez mais curta que o desejável. Pesquisadores buscaram DNA que evoluiu de forma acelerada nos últimos anos para diminuir o tempo de gestação
In the future, discovery could provide diagnostic or treatment alternatives to reduce the risk of pregnancy shorter than desirable. Researchers looked for DNA that has evolved rapidly in recent years to reduce the time of pregnancy
In the future, discovery could provide diagnostic or treatment alternatives to reduce the risk of pregnancy shorter than desirable. Researchers looked for DNA that has evolved rapidly in recent years to reduce the time of pregnancy
Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo
Pesquisadores americanos e escandinavos identificaram um gene relacionado ao nascimento prematuro de bebês. A descoberta pode levar a futuros tratamentos para um problema que afeta uma em cada oito gestações, colocando em risco a vida de milhões de crianças e mulheres em todo o mundo. Até agora, não se conhecia nenhum fator genético ligado ao parto prematuro.
Os cientistas partiram de uma premissa. A linhagem humana teve pouco tempo para se adaptar a processos evolutivos que podem dificultar significativamente o trabalho de parto: o aumento do crânio para acomodar um cérebro maior e o estreitamento da bacia pélvica para facilitar andar sobre dois pés.
A pressão da seleção natural fez com que o tempo de gestação diminuísse rapidamente em comparação com outros mamíferos e, até mesmo, com outros primatas. Um feto menor e mais jovem gera menos complicações ao nascer, pois há menor desproporção entre sua cabeça e o pélvis da mãe.
Partindo desta convicção, os cientistas procuraram genes que passaram por um processo de evolução acelerada na espécie humana, em comparação com outros animais, especialmente primatas.
Identificaram 150 bons candidatos. Compararam então as diferenças desses genes em duas populações na Finlândia: 165 mulheres que tiveram parto prematuro e 163 que deram à luz no tempo esperado. Definiu-se prematuridade como uma gestação menor do que 37 semanas.
Identificaram assim variações no gene responsável pela produção do receptor do hormônio folículo-estimulante (FSHR, na sigla em inglês). Depois, confirmaram a presença das mesmas variações associadas à prematuridade em mulheres africanas que deram à luz antes do tempo.
O estudo foi publicado na revista PLoS Genetics (www.plosgenetics.org).
Esperança. Louis Muglia, da Faculdade de Medicina da Universidade Vanderbilt, nos EUA, disse ao Estado que acredita na futura utilização de técnicas genéticas para prever, tratar e prevenir partos prematuros. "Fatores genéticos podem indicar quais mulheres apresentam um risco mais alto de dar à luz antes do tempo", aponta Muglia.
Seu grupo pretende identificar outros genes que influenciam o tempo de gestação, além de desvendar os processos bioquímicos que levam o FSHR a influenciar o trabalho de parto.
Roberto Bittar, pesquisador do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, recorda que já se suspeitava o envolvimento de fatores genéticos em partos prematuros.
"Outros estudos já mostraram que, em algumas famílias, a prevalência do problema é maior do que em outras", aponta. Mas sublinha que, além dos genes, o comportamento e o estado de saúde da mãe também contribuem para o parto antes do termo.
Fatores tão diferentes quanto infecções por doenças sexualmente transmissíveis, consumo de determinados medicamentos, pressão alta, diabete, obesidade e subnutrição podem aumentar muito o risco de parto prematuro. "O ideal é eliminar esses fatores antes da gravidez", afirma Bittar.
Alexandre Gonçalves - O Estado de S. Paulo
American and Scandinavian researchers have identified a gene linked to premature birth of babies. The discovery could lead to future treatments for a condition that affects one in eight pregnancies, endangering the lives of millions of children and women around the world. Until now, there were no known genetic factor linked to premature birth.
Scientists started from a premise. The human lineage had little time to adapt to evolutionary processes that can significantly complicate the labor process: an increase in the skull to accommodate a larger brain and the narrowing of the pelvic bowl to facilitate walking on two feet.
The pressure of natural selection caused the decreased gestation time quickly compared to other mammals and even other primates. A smaller and younger fetus produces fewer complications at birth, since there is less disparity between his head and the mother's pelvis.
From this belief, scientists have sought genes that have undergone a process of accelerated evolution in humans compared with other animals, especially primates.
They identified 150 good candidates. They then compared the differences of these genes in two populations in Finland: 165 women who had preterm delivery and 163 who gave birth in the expected time. Prematurity was defined as a gestation less than 37 weeks.
Thus identified variations in the gene responsible for producing the receptor of follicle-stimulating hormone (FSHR, its acronym in English). After confirmation of the presence of such variations associated with prematurity in African women who gave birth prematurely.
The study was published in the journal PLoS Genetics (www.plosgenetics.org).
Hope. Louis Muglia, Faculty of Medicine, Vanderbilt University, USA, said the state believes that the future use of genetic techniques to predict, treat and prevent premature births. "Genetic factors may indicate which women have a higher risk of giving birth prematurely," Muglia points.
His group intends to identify other genes that influence the time of pregnancy, in addition to unravel the biochemical processes that lead to influence the FSHR labor.
Roberto Bittar, a researcher at the Department of Obstetrics and Gynecology, Faculty of Medicine, USP, recalls that he suspected the involvement of genetic factors in preterm delivery.
"Other studies have shown that in some families, the prevalence of the problem is bigger than others", he said. But stresses that in addition to genes, behavior and health status of the mother also contributed to the birth before term.
Factors as diverse as sexually transmitted infections, consumption of certain medicines, blood pressure, diabetes, obesity and malnutrition may increase the risk of very preterm delivery. "The ideal is to eliminate these factors before pregnancy," said Bittar.
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