Certamente, nos dias de hoje, a eficiência dos ativos é um dos principais desafios e pilares de sobrevivência e sucesso das instituições modernas. E tratando-se de ativo, não podemos nos esquecer do gerenciamento efetivo dos leitos hospitalares.
Otimizar a produção dos leitos, através de uma maior rotatividade de pacientes e redução dos custos fixos, é sem dúvida, o cenário ideal objetivado por quase todas as instituições hospitalares. Porém, a grande dificuldade é saber qual a estratégia para alcançar este resultado, já que as instituições vivenciam um período de disputa acirrada no mercado de saúde.
Há pouco mais de 5 anos existiam aproximadamente 45 milhões de segurados em planos de saúde, e hoje este número praticamente alcança 37 milhões, ou seja, a redução de segurados impulsiona a competitividade no mercado de saúde, fazendo com que as instituições hospitalares busquem por melhorias constantes, como forma de destaque e possível escolha do paciente.
O número de leitos disponibilizados é um fator importante de sobrevivência no mercado, já que hospitais de pequeno porte e com deficiência na gestão de leitos, não conseguem absorver a demanda de pacientes, tampouco atender todas as especialidades necessárias para o tratamento completo do paciente. No Brasil, 70% dos hospitais possuem de 50 a 100 leitos. Estima-se que a estrutura ideal economicamente seja em torno de 200 leitos. Desta forma, as portas de entrada do hospital se tornam rapidamente permeáveis e os recursos estruturais bem aproveitados, sem esperas importantes por vagas, desde que bem gerenciados e com demanda de mercado.
Nos últimos anos, muitas instituições ampliaram sua estrutura para reduzir o tempo de espera por vagas, o que impactava diretamente na imagem do hospital e fazia com que os pacientes não retornassem em um próximo momento. Entretanto, apenas a ampliação dos leitos ofertados, não garante o sucesso da operação, pois incrementam ainda mais os custos e não dinamizam o atendimento, no médio e longo prazo.
A grande dificuldade encontrada pelos hospitais para gerenciar seus leitos se dá pela dificuldade da mudança cultural, sendo necessária para alinhamento dos processos e otimização dos recursos. É preciso equilibrar os interesses de todas as áreas envolvidas, como corpo clínico, enfermagem, hotelaria, manutenção, administração e o próprio paciente, para que os objetivos estratégicos sejam alcançados.
A gestão de leitos eficiente traz embasamento para que o resultado da produção planejado seja alcançado, por isso é tão importante como a formulação da estratégia. O primeiro passo para a implantação de uma gestão eficiente é saber exatamente qual é o negócio do hospital e como funciona cada setor. Em segundo, é entender qual o público atual e futuro, alinhado aos objetivos estratégicos. É muito importante analisar se a estrutura suporta a demanda e se são necessários ajustes em tipos de acomodações, ou se há possibilidade de negociações comerciais. Com isto, a instituição poderá analisar quais as fragilidades de seus processos, que geram tempo de espera alongado para internação, falta de vagas, atrasos nas cirurgias e outros. Sendo assim, a instituição poderá estruturar ações para correção destas fragilidades, resultando em maior ocupação dos leitos e maior rotatividade dos mesmos.
Não basta somente encontrar as fragilidades dos processos. É necessário agir e também medir. A gestão do hospital deve ter o controle da movimentação dos leitos e esta é a melhor forma para acompanhar os resultados e identificar rapidamente o foco para as próximas ações. Não se pode controlar o que não se mede, da mesma forma que é impossível gerenciar o quê não se controla. Como dito anteriormente, a gestão de leitos é uma cultura necessária e tão logo existe a mensuração, tão logo os resultados melhoram.
Colaboradora: Fátima Pinho
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