Pesquisa mostra que ter a doença não torna as pessoas menos produtivas
Research shows that having the disease does not make people less productive
Research shows that having the disease does not make people less productive
Reuters Health
Muitas pessoas que sofrem de artrite passam por dificuldades periódicas no trabalho. Entretanto, uma nova pesquisa norte-americana mostra que elas não se tornam menos produtivas com estes problemas. Em muitos casos, mudanças simples no ambiente de trabalho podem ser bastante úteis.
Já se sabe que as pessoas que sofrem de artrite frequentemente enfrentam limitações no trabalho. Em um estudo do governo norte-americano, um terço da população em idade produtiva e que sofre de artrite naquele país relatou que o trabalho é prejudicado por problemas de saúde.
Entretanto, de acordo com o novo estudo– que acompanhou quase 500 americanos trabalhadores que sofrem de artrite – apensar de bastante comuns, as dificuldades no trabalho não são constantes.
Durante os quatro anos e meio de duração do estudo, três quartos dos participantes relataram dificuldades ocasionais, mas não contínuas, no trabalho. Somente nove em cada cem participantes passaram por dificuldades graves consistentes – problemas que podem impedir a realização de algumas tarefas no trabalho, ou ainda forçá-los a reduzir a carga horária.
“Limitações no trabalho em virtude da artrite geralmente são abordadas como problemas constantes. Mas, eu acredito que elas são mais periódicas”, disse Monique A. M. Gignac, professora da Universidade de Toronto, que conduziu o estudo.
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Ela complementa que essa informação é importante tanto para empregadores, quanto para seguradoras e para os próprios trabalhadores que sofrem de artrite. “Existe uma crença de que as pessoas que têm artrite são um peso no ambiente de trabalho, mas este não é o caso”, ela complementou.
Ainda assim, muitos trabalhadores acometidos pela doença, de certa forma, realmente acabam enfrentando problemas no trabalho. As questões mais comuns abordadas no novo estudo foram as ações de levantar e carregar objetos, ajoelhar-se e ficar de pé por longos períodos – de um quarto a três quartos dos participantes relataram tais problemas.
Quando o assunto em questão é facilitar o desempenho destas tarefas, os trabalhadores geralmente tomam medidas simples, como o uso de “acessórios” ou mudanças de mobiliário para facilitar o trabalho.
Gignac ressalta que uma cadeira mais confortável, um apoio para os pés ou um teclado especial podem ser de grande utilidade. Ela afirma que algumas medidas sem custos também ajudam – como organizar a mesa de trabalho para deixar tudo à mão ou levantar-se e alongar-se periodicamente.
“São coisas que podemos fazer para manter nosso nível de energia e reduzir a dor”, diz.
Relativamente poucos participantes do estudo tomaram medidas mais significativas, como alterar o horário de trabalho. Durante todo o estudo, apenas 17 em cada cem pessoas fizeram tais alterações.
As descobertas, relatadas no periódico Arthritis Care & Research, são baseadas em entrevistas conduzidas com 490 trabalhadores adultos que sofriam de osteoartrite – o tipo mais comum da doença que ataca as articulações com a idade ou com atividades esportivas intensas – ou artrite inflamatória. A maioria dos participantes do segundo grupo sofria de artrite reumatoide, doença na qual o sistema imunológico acidentalmente ataca o interior das articulações.
Os participantes atuavam em ramos diversos de atividades – como transporte, vendas, ensino e negócios – e foram entrevistados por quatro vezes ao longo os quatro anos e meio de duração do estudo.
Segundo Gignac, o fato de que as limitações de trabalho vêm e vão podem estar relacionadas à própria natureza da doença. Para algumas pessoas, mudanças no tratamento ou no trabalho podem fazer uma grande diferença.
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