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sábado, 4 de junho de 2011

Enxaqueca tem cura? Saiba os mitos e verdades sobre a doença

Quem é que nunca se queixou de uma dor de cabeça? A cefaleia ou enxaqueca, como é mais conhecida, é uma doença que atinge cerca de 80% da população. Entretanto, mesmo com a grande incidência entre os brasileiros, ainda há muitas dúvidas sobre o assunto.

Estresse em excesso pode ajudar nas crises de enxaqueca

Para ajudar a esclarecer essas questões, o eBand conversou com o neurologista da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e médico do Hospital Smaritano, Getúlio Daré Rabello. Ele explicou sobre os mitos e verdades da enxaqueca.

Veja a abaixo:

1- Enxaqueca é uma doença genética?
Verdade. A enxaqueca é uma doença genética. Caso você tenha os sintomas, pode ter certeza que seus pais também possuem algo semelhante. Dessa forma, não é possível afirmar que os agentes causadores têm relação com agentes externos necessariamente.

2- A cafeína é um dos fatores que causam os sintomas?
Mito. Não é possível dizer que o café ou o chocolate, por exemplo, sejam os causadores da enxaqueca de todo mundo. Cada paciente possui um agente deflagrador da doença. Pode, sim, ser a cafeína, como também podem ser outras causas.

3- Excesso de medicamentos melhora ou piora as crises?
Piora. A verdade é que todo medicamento tomado em demasia pode prejudicar o usuário. Há uma tolerância e dependência do medicamento. Ele passa a não funcionar e pode até prejudicar em grandes quantidades.

4- Quem descobre que determinado alimento causa enxaqueca deve tirá-lo de sua dieta?
Mito. Não é porque determinado alimento dá enxaqueca que ele precisa ser tirado da vida do paciente. A cafeína, que faz mal a algumas pessoas, pode ser controlada. Duas a três xícaras de café por dia são o suficiente. A orientação é não ultrapassar os limites. O mesmo acontece com o vinho.

5- A alimentação, de um modo geral, tem relação com a enxaqueca?
Depende. A alimentação não está diretamente ligada à doença. Enxaqueca e sistema gastrointestinal é coisa do século passado. Não há sentido técnico. Mas volto a citar os agentes causadores. Cada um possui o seu e certos alimentos podem estar listados. Outra coisa importante é que a falta de regularidade nas refeições também pode desencadear crises. É preciso comer em horários corretos.

6- E o sono? Demais ou de menos podem causar a cefaleia?
Assim como a regularidade da alimentação, o sono também precisa estar de acordo com a pessoa. O corpo de cada um sabe o tempo exato que é preciso para estar bem. Dormir pouco pode ser ruim, mas dormir muito também. Existem pacientes que se sentem bem com cinco horas de sono, outros que o suficiente são oito horas.

7- E com relação ao estresse? Ele pode agravar as crises?
Depende. Claro que estresse é um fator ruim para as pessoas, mas um pouco dele é fundamental para a vida. Dá motivação. Além disso, o estresse é uma reação orgânica normal do ser humano. Caso extrapolado, no entanto, ele pode prejudicar a população e causar enxaquecas.

8- E a ansiedade? Especialistas dizem que este é um fator importante. É verdade?
Sem dúvidas. A enxaqueca faz parte da vida das pessoas mais ansiosas. Ela possui mecanismos neurológicos que deflagram as maiores crises da doença. Assim, é possível dizer ainda que o controle da ansiedade está diretamente ligado ao controle da cefaleia.

9- Mas a cefaleia tem cura?
Mito. Como é uma doença genética, não há cura. O que podemos dizer é que ela tem prazo de validade. Normalmente, a enxaqueca começa a afetar as pessoas na adolescência, ficam mais fortes entre os 30 anos e diminuem de intensidade após os 40/50 anos. Entre as mulheres é comum que melhorem muito as crises após a menopausa.

10- E os hormônios? Têm relação com a enxaqueca?
Verdade. Tanto é que muitas pessoas costumam dizer que as pílulas causam enxaqueca. Isso depende do nível de estrógeno que ela possui. Muito ou pouco, ele é um neuro-hormônio, o que pode ajudar a provocar a enxaqueca.

Por fim, Rabello alerta que não é possível generalizar os sintomas da enxaqueca e achar que uma lista de alimentos ou atividades resolva o problema de quem sofre com os sintomas. “Há uma massificação sem sentido. Cada paciente precisa descobrir seu próprio agente causador antes de seguir um tratamento”, afirmou. O médico ressalta, ainda, que é importante que as pessoas procurem um neurologista para fazer o controle correto para prevenção das dores.

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