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domingo, 14 de agosto de 2011

Gaúchos são negligentes no tratamento do diabetes

Pesquisa aponta falhas no controle do tipo 1, o mais grave da enfermidade

O maior estudo sobre o Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1, o mais perigoso) realizado no país revela que apenas 15% dos portadores da doença controlam a taxa de açúcar no sangue de forma correta. Em Porto Alegre, a hemoglobina glicada — teste que aponta se o controle glicêmico foi eficaz nos 90 dias anteriores — apareceu em taxas superiores ao considerado ideal: 9,4%, enquanto o desejável é 7%.

O levantamento, realizado por médicos da Sociedade de Diabetes e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) acompanhou 3.591 pacientes em 28 cidades brasileiras por dois anos. Na Capital, foram entrevistados 490 pacientes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e do Instituto da Criança com Diabetes.

— Além da falta de acesso à insulina em postos de saúde, há a falta de aceitação da doença, que tem um forte impacto na vida de crianças e adolescentes — explica o endocrinologista do HCPA, Luís Canani, que participou do estudo coordenado pela endocrinologista Marília de Brito Ramos.

No diabetes tipo 1, o próprio organismo ataca e destrói as células beta que produzem o hormônio insulina. Sem esta substância, a glicose não chega às células, que ficam sem combustível para fabricar energia.

— Existe uma mudança gradativa no modo como a doença é diagnosticada. Em cerca de 39% dos pacientes, ela foi descoberta por métodos de rotina, sem a necessidade de internação hospitalar — ressalta Marília.

Um dos fatos preocupantes é que a maioria (71,5%) dos entrevistados teve o diagnóstico antes dos 15 anos, e cerca de 20% antes dos cinco anos. A idade média que os gaúchos descobrem a doença é aos 12 anos.

O início precoce é responsável, segundo os pesquisadores, pelo aumento de chances de problemas crônicos, implicando um maior custo social. Para se ter uma ideia, o custo de uma internação de quatro dias, usando a tabela do Sistema Único de Saúde, é de R$ 360. Caso o paciente seja atendido ambulatoriamente, esse custo seria de R$ 81,80, ou seja, 4,5 vezes menor.

— Detectamos ainda um grave problema, que é a presença de cetoacidose diabética, complicação aguda da doença que apresenta risco de vida em 29,6% dos pacientes, principalmente crianças — alerta Canani.

Os números
:: Porto Alegre é a segunda cidade com mais diabéticos no país: de cada cem pessoas entre 30 e 69 anos, nove apresentam a doença.

:: O primeiro diagnóstico ocorre aos 12 anos.

:: 20,6% dos diabéticos estão em idade escolar e 28% são adolescentes.

Fonte Zero Hora

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