O Hospital Alemão Oswaldo Cruz inaugurou em junho o Centro de Atenção ao Coração da Mulher, voltado para elas. As doenças cardiovasculares são a maior causa de morte entre as mulheres.
No mundo todo, as campanhas de prevenção desse tipo de doença focam os homens. Os índices entre eles caíram bastante desde então, mas não tanto entre as mulheres, explica o coordenador do centro, o cardiologista Roque Savioli.
"A mulher não se preocupa com o coração. A grande preocupação é com câncer ginecológico, como o de mama", disse o médico em entrevista à Folha.
A ideia do centro é diminuir a taxa de mortalidade e incidência da doença nas mulheres, além de prevenir e alertar a população.
Segundo Savioli, "a iniciativa é voltada tanto para a prevenção primária, quando a pessoa nunca teve nada, quanto para a secundária, para prevenir eventos cardíacos no futuro entre as que já tiveram".
Além de analisar os aspectos físicos que podem causar a doença --histórico familiar, colesterol, diabetes e hipertensão--, o grande diferencial, de acordo com o cardiologista, é que o centro também se preocupa com o lado psicológico da mulher.
"Os fatores psicossociais são muito importantes, como depressão, ansiedade, estresse e isolamento social", afirmou.
Savioli ainda destaca que o coração feminino é diferente do masculino, assim como os resultados dos exames. As artérias coronárias das mulheres são menores e a placa que entope uma artéria fecha de uma vez só e a rompe.
Ele alerta que outra grande diferença é o sintoma da doença.
"A mulher não tem aquela dor forte no peito. Ela tem sintomas atípicos e muitas vezes confunde com um mal-estar gástrico, por isso demora para procurar um médico."
O cardiologista esclarece que as mulheres devem ficar atentas para mal-estar e angústia no peito.
Para prevenir as doenças cardiovasculares, aquelas entre 45 e 50 anos com histórico familiar devem procurar um médico, enquanto todas devem cuidar do colesterol, diabetes e hipertensão, além de largar o cigarro e praticar exercícios físicos.
Fonte Folhaonline
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