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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Gestão de contratos na saúde é amadora

"Na área da saúde não conhecemos um único hospital que tenha adotado um modelo para controle completo da gestão do ciclo de vida dos contratos", diz o especialista Enio Salu

O tempo passa e algumas coisas teimam em demorar a mudar.

A questão da gestão dos contratos é uma delas: as empresas teimam em se preocupar com a contratação, e esquecem da gestão do contrato, que é muito mais importante.

No ciclo de vida de um contrato a contratação geralmente representa 8 % do tempo total, e a empresa se prepara para ela com normas, regras, processos e atribuições rígidas … em 8 % do tempo de um contrato atenção total – e sobra 92 % do tempo para a empresa perder o controle, errar, perder dinheiro e nem desconfiar.

É fácil entender esta conta: se demorou 1 mês para fechar um contrato de 1 ano de vigência, a fase de contratação levou 1/12 do tempo total da vida do contrato (apenas 8 %).

Na sua empresa a vigência costuma ser maior ? … Piorou !!!!

Como na maior parte das empresas que não evoluíram do controle da contratação para o controle do ciclo de vida dos contratos, a maioria dos hospitais se esforça para instruir o processo de contratação, e depois do contrato assinado ‘show de horror’:

•Controle inadequado de reajuste, repactuação e reequilíbrio;
•Controle inadequado de vigência, alçadas e formalização de aditivos;
•Ausência de controles adequados de acréscimo e supressão;
•E assim por diante … não valos nem falar que as vezes você procura o contrato e não acha !
O controle de contratos em hospitais se resume ao controle financeiro dos pagamentos. É comum a política de alçadas ser estruturada pelo valor total do contrato considerando críticos os contratos de maior valor e não o dano que a não execução do objeto pode causar.

Se olhar a lista de contratos críticos de um hospital poderá não se deparar com o de manutenção do elevador, por exemplo, e quando o ‘bichinho para’ o prejuízo é grande – muito maior do que se o tomógrafo parar. Mas como manutenção de elevador é muito barata perto da manutenção do tomógrafo, não entra na lista dos contratos críticos.

Quando você entra em sites de empresas que já adotaram um modelo para gestão do ciclo de vida dos contratos percebe claramente a diferença:

•Nos Correios, por exemplo, existem áreas específicas no site para gestores de contratação, fornecedores, gestão do contrato, licitação, habilitação, etc. É possível ter controle total sobre todos os eventos importantes que ocorrem depois da assinatura do contrato;

•Na área da saúde não conhecemos um único hospital que tenha adotado um modelo para controle completo da gestão do ciclo de vida dos contratos;

•Nos Correios a chance de um contrato de pequeno valor representar risco ao negócio é quase insignificante … em hospitais é quase certeza !

O mais ‘intrigante’ é que hospitais e operadoras de planos de saúde celebram os contratos considerados mais insanos e complexos que existem em toda a economia (justamente os que credenciam o hospital para prestar serviço para a operadora), e a gestão destes contratos é absolutamente amadora:

•Perde-se constantemente prazos;

•Tanto os hospitais quanto as operadoras perdem muito dinheiro porque não controlam adequadamente as regras pactuadas;

•Um não penaliza o outro quando uma regra não é cumprida;

•E é comum alterar o que foi pactuado sem formalizar adequadamente em aditivo.

Já passou da hora dos hospitais perceberem que o controle financeiro do contrato no sistema de gestão empresarial não é gestão do ciclo de vida dos contratos, e acordarem para o fato de que estão perdendo muito dinheiro por não adotarem um modelo adequado para isso.

Fonte SaudeWeb

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