Foi lançada nesta sexta-feira (14), no Rio, uma campanha de conscientização sobre o câncer de boca. A ideia é sensibilizar a população para a importância do autoexame, que ajuda na detecção precoce da doença.
"Quanto mais cedo for o diagnóstico, menor é a necessidade de cirurgias mutilantes e maior é a chance de cura", diz o cirurgião-dentista Rodolfo Candia Alba Júnior, do Instituto Conexão Brasil, organizador da ação.
Segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), os tumores de cavidade oral são o 5º tipo de câncer mais frequente em homens e o 7º em mulheres. A estimativa é que, em 2010, o Brasil tenha tido cerca de 14 mil novos casos da doença --mais de 70% em homens. Entre as principais causas estão o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
Nos últimos anos, aumentaram ainda os casos provocados pelo vírus HPV, o mesmo que causa câncer de colo de útero. A transmissão para a boca pode ocorrer por meio do sexo oral sem proteção.
Com o autoexame, espera-se que a pessoa identifique o câncer ainda em estágio inicial, ou as chamadas lesões precursoras da doença -comuns nos casos de infecção pelo vírus HPV.
Para isso, é preciso ficar atento a feridas, manchas e caroços em lábios, língua, gengivas, céu da boca e na parte interna das bochechas. Em caso de alterações, deve-se procurar um médico ou dentista.
Segundo o chefe do serviço da oncologia clínica do Inca, Daniel Herchenhorn, a maioria dos casos que chegam ao instituto já estão em estágio avançado. Situação que, além da retirada da parte afetada, pode exigir tratamento com radioterapia ou quimioterapia. Ele diz que, além do desconhecimento da população, é comum haver erro de diagnóstico. Foi esse o caso da comerciária aposentada Silvina Piedade, 59.
Após perceber um inchaço na boca, ela levou quase um ano para receber o diagnóstico correto. Acabou tendo que retirar parte do maxilar e perdeu os dentes inferiores.
Fonte Folhaonline
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