Uma droga lançada para tratar micoses, posteriormente utilizada para prevenir a rejeição de órgãos transplantados poderá agora se transformar no primeiro tratamento contra uma doença raríssima: a progéria.
A rapamicina demonstrou ser uma espécie de “lixeiro celular” ao limpar células de vítimas da doença de uma substância nociva e provocadora de envelhecimento, a proteína mutante progerina.
Segundo o autor da pesquisa, Kan Cao, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, o remédio se acumula nas células e detona as funções celulares. Em estudos prévios, a rapamicina exerceu uma limpeza de agregados de proteína e envelhecimento.
A progéria, moléstia devastadora que faz crianças envelhecerem muito rapidamente, como se fossem, de fato, pessoas idosas, é uma doença genética muito rara. Só foi descrita no final do século 19.
De acordo com um dos coordenadores da pesquisa, Dimitri Krainc, da Escola Médica da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, pacientes com progéria parecem normais no nascimento, mas começam a mostrar perda de cabelos, retardo no crescimento, osteoporose e pele enrugada e seca com um ano de idade.
Para o cientista, o estudo em culturas de células é o primeiro passo, mas se espera que funcione em pacientes de progéria. É muito provável que a rapamicina tenha efeitos benéficos em pacientes com progéria. Há esforços no momento para iniciar um teste clínico com ela, explica Krainc.
A nociva progerina também se acumula em pequenas quantidades em células humanas normais com a idade, o que mostra que a pesquisa também poderá ter utilidade para retardar os males do envelhecimento.
Mas, os pesquisadores não recomendam que os maníacos da juventude eterna comecem a tomar rapamicina. É uma droga imunossupressora (inibe as defesas do organismo) e pode afetar órgãos como os pulmões.
A pesquisa com a rapamicina não foi a primeira a desvendar seus efeitos como “fonte da juventude”. Em 2009, um estudo publicado na revista britânica Nature mostrou seu potencial de aumentar a vida de camundongos.
Fonte corposaun.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário