Responsável por diversas funções biológicas — como crescimento e desenvolvimento, contração muscular e formação óssea —, o cálcio ainda é pouco consumido pelos brasileiros. E são as mulheres as mais prejudicadas, sobretudo em função da menopausa, fase em que o risco de desenvolver osteoporose é bem mais alto. De acordo com o estudo The Brazilian Osteoporosis Study (2010), nove em cada 10 brasileiras acima dos 40 anos podem não consumir a quantidade de cálcio que o corpo necessita, ingerindo cerca de 390 miligramas diários, que representam apenas 39% das recomendações. No total, 99% da população incluída no estudo não consome a quantidade adequada deste mineral.
De acordo com estudos recentes realizados pela Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE, um dos grandes problemas é que a população brasileira está substituindo o consumo de bebidas lácteas por refrigerantes. O estudo demonstrou um aumento de 36% no consumo de leite e derivados, enquanto o de refrigerante obteve um crescimento de 400%.
Porém, segundo especialistas, a simples presença de um nutriente na dieta não garante sua total utilização pelas células. Saber combinar os alimentos durante as refeições é de extrema importância para a absorção adequada desses nutrientes pelo organismo. O mesmo acontece com o cálcio: ele é encontrado em diversos alimentos e sua fixação pode ser potencializada na interação com outros nutrientes. Por exemplo, a Vitamina D contribui para sua absorção no intestino e ainda diminui a sua eliminação pelos rins.
— A melhor fonte de vitamina D é o óleo de fígado de peixe. Em seguida, estão o fígado de boi, a manteiga e a gema do ovo. No entanto, uma forma de se obter a vitamina D naturalmente é através da exposição aos raios ultravioletas da luz solar — explica a nutricionista Beatriz Botéquio.
Outra recomendação é ficar atento aos alimentos que contribuem para uma maior perda de cálcio, como proteínas em excesso, pois ela aumenta a excreção urinária de cálcio. Dietas com quantidades dobradas de proteínas e aminoácidos podem aumentar em 50% a eliminação do nutriente pela urina. O consumo de sal também deve ser avaliado, já que sódio demais no organismo está associado à maior eliminação do mineral.
O que é a osteoporose
A osteoporose já é considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com dados da organização a doença atinge mais de 75 milhões de pessoas na Europa, no Japão e nos EUA, causando mais de 2,3 milhões de fraturas anualmente na Europa e nos EUA. Pelo menos 10 milhões de brasileiros têm a doença e as mulheres são as que mais sofrem. A proporção, para cada homem, é de 10 mulheres são diagnosticadas com a enfermidade.
A doença caracteriza-se pela diminuição progressiva da massa óssea, que pode levar a um aumento da fragilidade do esqueleto humano e do risco de fraturas. De acordo com Alfeu Accorsi Neto, ginecologista pela Escola Paulista de Medicina e representante da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo, as causas para o problema são variadas e dentre elas estão a alta reabsorção óssea, decorrente da osteoporose pós-menopausa, geralmente apresentada por mulheres a partir dos 50 anos. Outra é a de uma formação óssea diminuída — a osteoporose senil, que é mais frequente em mulheres idosas, a partir dos 70 anos, e nos homens a partir dos 65 anos.
Fumo, histórico familiar, baixa estatura e baixo peso, vida sedentária e dietas restritivas também são fatores intimamente ligados à doença.
Fonte Zero Hora
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