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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bebê prematuro precisa de vacinação especial

Médicos recomendam que eles sejam protegidos contra doenças respiratórias

Pulmões frágeis e corações delicados são as duas características mais perigosas - e também recorrentes - dos bebês prematuros. As maternidades brasileiras registram um aumento anual de crianças que nascem antes do tempo previsto e, para que o fenômeno não faça com que a mortalidade infantil seja um pesadelo real destas famílias, os médicos defendem um calendário de vacinação específico para os nascidos antes dos nove meses de gestação.

As crianças que chegam ao mundo antes de completar 28 semanas dentro da barriga das mães têm um alto risco de contrair uma doença de nome complicado, mas muito perigosa, chamada de vírus sincicial respiratório (VSR). É este o principal problema que faz com que os recém-nascidos prematuros passem mais tempo internados em UTI e até com risco maior de morrer.

Nos adultos, o VSR costuma causar sintomas simples, como nariz escorrendo e febre baixa. Mas nos muito pequenos ele pode ser fatal. Quem nasce nos meses de outono e inverno fica ainda mais próximo do perigo, já que a época é favorável para a disseminação de problemas respiratórios.

A melhor arma para prevenir o VSR, por enquanto, é uma vacina chamada de palivizumabe, indicada para as crianças muito prematuras e aplicada por meio de uma injeção, todo mês, durante um ano. A Sociedade Brasileira de Imunização (Sbim), em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria, pleiteia para que a proteção por meio da imunização seja uma realidade nas maternidades públicas brasileiras. A rede privada já incorporou a aplicação de doses contra o vírus, mas no Sistema Público de Saúde (SUS), apenas os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além da cidade de Goiânia, fazem da prática uma rotina.

Mesmo em São Paulo, afirma o diretor da Sbim, Renato Kfouri, o maior fluxo de bebês que recebem a vacina gratuita contra o VSR vem de hospitais top da rede particular de saúde. "Os dados mostram que as crianças são encaminhadas por unidades particulares. É preciso uma melhor divulgação deste direito que os prematuros de alto risco têm", afirma ele que é pediatra. "As crianças nascidas antes de 28 semanas exigem tantos cuidados específicos, aparelhos modernos de UTI, equipes de fisioterapeutas, nutricionistas, medicamentos de alto custo. Não é aceitável que este caminho, caso cruze com o VSR, seja atrapalhado pela falta da imunização", diz ao pontuar a defesa para que a vacinação especial do prematuro se torne uma política nacional.

Cada vez menores
Os números do Ministério da Saúde mostram que em dez anos aumentou em 27% a quantidade de bebês prematuros no País. Em 1997, eles representavam 5,3% do total de nascimentos, hoje chegam a 9% em alguns Estados (6,7% na média). No mundo, calcula a Organização Mundial de Saúde (OMS), de cada dez que nascem, um chega "antes do tempo" previsto.

As gestações mais curtas são reflexos de dois fatores principais, afirma os especialistas. O primeiro deles é que as mulheres estão deixando a maternidade para mais tarde o que faz com o risco de prematuridade aumente. O segundo aspecto é que o desenvolvimento da medicina permitiu que a gravidez altamente arriscada, que no passado não sobreviveria ao 5º mês, vingue e chegue a termo. Há relatos de crianças que sobrevivem mesmo nascendo com pouco mais de 400 g.

Permitir que os muito pequenos venham ao mundo exigiu oferecer proteção extra a esta população cada vez mais numerosa. Em São Paulo, que em 2006 passou a oferecer a vacina gratuita contra VSR para nascidos antes de 28 semanas, o pediatra orienta a mãe sobre a vacinação, imprime uma carta de recomendação e a família é convocada a comparecer em um dos centros de imunização especial existentes.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) abriga um dos centros especiais. Em 2008, aplicou 375 vacinas em prematuros, quantidade que dobrou em 2009 e a meta agora para este ano é chegar em dois mil vacinados. Além do VSR, a Sociedade de Imunização define um calendário completo para prematuros (nem todas as doses disponíveis no SUS).

As doenças respiratórias são as grandes inimigas das crianças de pulmões frágeis (matam duas por hora, segundo últimos estudos). Aos pais, além de conversarem com os médicos sobre a s formas de proteger os filhos por meio de vacina, resta ainda um be-a-bá da boa saúde. Lavar bem as mãos e brinquedos com frequência, evitar a exposição do bebê às pessoas que estejam resfriadas (ainda que bem de leve) e não fumar dentro de casa são três regras que garantem a segurança dos pequenos.

Fonte iG

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