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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Governo orienta planos de saúde a cobrir troca de próteses adulteradas

Sociedade de Cirurgia Plástica também orientará médicos a operarem de graça

O governo federal e a ANS (Agência Nacional de Saúde) definiram que, além do SUS (Sistema Único de Saúde), os planos de saúde também serão orientados a cobrir cirurgias de pacientes com implantes de silicone das marcas PIP (Poly Implant Prothèse) e Rofil que apresentarem problemas.

No entendimento do governo, o tratamento cirúrgico decorrente de deformações em próteses é considerado de caráter reparador. Nesse caso, o procedimento deve ser gratuito, segundo o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Dirceu Barbano.

- A própria presidente Dilma [Rousseff] considerou que seria uma contradição de seu governo ter foco no atendimento à mulher e elas não serem amplamente atendidas por ele nessa situação. Esse caso deixou de ser uma questão estética e passou a ser problema de saúde a partir do momento em que houve rupturas nas próteses.

No próximo dia 18, representantes do governo e das associações que acompanham o caso devem se reunir novamente para redigir o protocolo com as diretrizes de avaliação e diagnóstico e quais centros de saúde pública poderão ser procurados. Entre os exames que devem ser feitos nas mulheres com próteses adulteradas estão a ultrassonografia, a ressonância magnética e a avaliação clínica.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Rodrigo Pepe, alerta que, apesar de as pacientes com próteses das marcas que apresentaram problemas terem atendimento prioritário, ainda não há necessidade de remoção imediata ou preventiva dos implantes.

- Não há motivo para correria e desespero. Todas as pacientes serão acompanhadas pelos médicos dos sistemas público e privado e aquelas que não precisarem fazer a substituição de imediato serão monitoradas com muito mais rigor e maior periodicidade que as outras mulheres com próteses de outras marcas.

Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luciano Chaves, os médicos associados receberão uma orientação para que ofereçam a cirurgia às pacientes sem custos adicionais.

- Os cirurgiões não têm responsabilidade sobre o problema, mas se responsabilizam em ajudar as mulheres que sofreram com ele. Então, para manter a confiança no procedimento e no próprio médico, seria interessante que eles se prontificassem a fazer logo a cirurgia.

A Anvisa delimitou novas medidas também para impedir a entrada de próteses adulteradas no Brasil. Segundo o presidente da agência, Dirceu Barbano, todas as 24 empresas produtoras de prótese de silicone do mundo serão vistoriadas pessoalmente por técnicos da Anvisa. Do total, seis já foram avaliadas. Além disso, um exemplar de cada lote de implantes que chegar ao Brasil será analisado em laboratório.

O R7 entrou em contato com a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa 15 grupos de operadoras privadas de assistência à saúde, de um total de 1.420 operadoras, que respondeu, em nota, que "uma vez constatada a ruptura da prótese de silicone, a nova cirurgia é considerada reparadora. As operadoras afiliadas à FenaSaúde cumprirão rigorosamente o que está previsto no rol da ANS e nos contratos”.

Fazem parte da Fenasaude as operadoras Allianz Saúde S/A, Grupo Amil Saúde, Grupo Bradesco Saúde, Care Plus Medicina Assistencial LTDA, Golden Cross Assistência Internacional de Saúde LTDA, Grupo Intermédica, Itauseg Saúde S/A, Marítima Saúde Seguros S/A, Metlife Planos Odontológicos LTDA, Odontoprev, Omint Serviços de Saúde LTDA, Porto Seguro - Seguro Saúde S/A, Grupo Sul América Saúde, Tempo Saúde, e Unimed Seguros Saúde S/A.

Fonte R7

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