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sábado, 21 de janeiro de 2012

Troca preventiva de silicone PIP e Rofil não é urgente, mas é recomendada

Governo ainda não definiu se a substituição dos implantes que não apresentam rompimento poderá ser feita pelo SUS ou convênios


Mulheres com próteses mamárias das marcas Poly Implant Prothèse (PIP) ou Rofil devem seguir a recomendação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) de que seja feita a troca, independentemente de apresentarem problemas ou não neste momento. Mas o que ainda não está claro, segundo a diretora da Vigilância Sanitária de Santa Catarina, Raquel Bittencourt, é se as pessoas que colocaram essas próteses e que não estão tendo problemas por enquanto terão direito de utilizar o Sistema Único de Saúde ou o convênio médico para trocar as próteses por outras marcas.

— Ainda não há uma determinação oficial do Ministério da Saúde sobre isso. Mas já temos conhecimento de que, em alguns estados, os responsáveis pelos serviços de saúde pública estão optando por trocar as próteses destas duas marcas mesmo antes delas apresentarem problemas — diz Raquel.

Quem tiver problemas de rompimento poderá fazer a cirurgia pelo SUS ou por meiodo seu convênio. Essa determinação foi oficializada durante reunião realizada esta semana entre representantes do governo e das sociedades médicas. A Unimed Santa Catarina informou que, em casos de rompimento, a troca das próteses é autorizadas. Para as outras situações, ainda dependerá das determinações da Agência Nacional de Saúde.

Uma cirurgia custa, em média, de R$ 7 mil a R$ 8 mil, segundo o cirurgião plástico Paulo Mendes. Ele acredita, porém, que as mulheres conseguirão negociar com seus cirurgiões um preço mais em conta. A prótese custa cerca de R$ 1,5 mil. O restante são as custas da equipe médica, internação e anestesista.

Substituição não é emergencial
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que recomendou a troca das próteses mamárias mesmo sem terem se rompido, esclarece que a troca não precisa ser feita de forma emergencial.

— Não é preciso correr para fazer a troca. Mas a paciente também não deve esperar que a prótese se rompa ou apresente algum problema para depois procurar o médico. É sempre melhor prevenir do que remediar — comenta o presidente da SBCP em Santa Catarina, Zulmar Accioli.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em Santa Catarina, Zulmar Accioli, destaca que os cirurgiões não têm qualquer relação com os problemas relativos aos implantes:

— Os médicos que utilizaram implantes destas marcas agora proibidas o fizeram acreditando na certificação que o governo brasileiro, através da Anvisa, havia concedido a estes produtos importados.

Em nota oficial, a SBCP acrescenta que os médicos brasileiros e seus pacientes esperam que os demais produtos certificados pela Anvisa tenham controle mais rígido.

Cirurgia é importante para a estabilidade emocional
O cirurgião plástico Carlos Casagrande assegura que o rompimento da prótese mamária de silicone não se configura uma emergência médica nem risco de contaminação. Segundo ele, o próprio corpo cria um encapsulamento em volta da prótese, não deixando o material (que é gelatinoso) se espalhar.

— Em todos os casos, a principal recomendação para as pacientes que possuem próteses destas marcas com problemas é conversar com o seu médico, fazer alguns exames e, com calma, planejar a cirurgia.

Na opinião do especialista, trocar a prótese é importante também para a estabilidade emocional da paciente.

— Uma mulher que sabe que tem em seu corpo um material que pode um dia provocar danos à sua saúde nunca ficará tranquila. Este componente psicológico precisa ser levado em conta — arremata.

O caso
Em março do ano passado, a agência sanitária francesa detectou irregularidades na produção das próteses mamárias das duas marcas. Descobriu-se que os implantes eram preenchidos com silicone industrial, ao invés do gel de silicone coesivo, que garante muito mais segurança em relação aos tecidos mamários. Segundo os especialistas, o emprego do silicone industrial pode causar reações inflamatórias e levar a problemas como a mastite, além de uma maior chance de ruptura deste material. Em vista disso, as autoridades francesas recomendaram que as 30 mil pacientes no país retirassem suas próteses.

No Brasil, cerca de 12 mil mulheres colocaram próteses da PIP ou da Rofil, segundo a Anvisa. Em Santa Catarina, segundo a diretora da Vigilância Sanitária, Raquel Bittencourt, foram 1,6 mil (da marca PIP).

Fonte Diário Catarinense

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