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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os múltiplos tratamentos da TPM

Estresse, responsabilidades da mulher moderna
 podem desencadear a TPM após os 30 anos
Vida sexual ativa e pílulas com baixa dosagem de hormônio são alternativas

Não é frescura, tampouco drama feminino. A TPM – Tensão Pré-Menstrual – acomete de forma intensa, 35% das brasileiras, sendo mais comum depois dos 30 anos ou após o nascimento dos filhos. Os sintomas são variados e as causas, múltiplas.

Ao longo dos anos, os tratamentos ganharam opções e versatilidade. As possibilidades são usadas, segundo os médicos, conforme as necessidades de cada paciente e os sintomas, que podem ser físicos e emocionais.

José Domingos Borges, ginecologista do Hospital Nove de Julho de São Paulo, explica que não há padrões rígidos no tratamento da TPM. O diagnóstico é tão variado quanto as recomendações médicas. Vida sexual ativa, alimentação regular e atividade física elevam os níveis de endorfina no organismo – elas são antídotos naturais contra a TPM. Para aliviar problemas físicos como cólicas, inchaços e dores de cabeça pré-menstruais, é possível combinar ansiolíticos, analgésicos e diuréticos. As opções são múltiplas e correlacionadas ao perfil de cada mulher.

Para Duarte Miguel, ginecologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, o anticoncepcional diminui o fluxo de sangue e corta os principais transtornos da TPM. Segundo o especialista, suspender a menstruação é benéfico para a saúde ginecológica da mulher.

“A TPM é gerada apenas no período que antecede a menstruação. Suspendê-la não só ajuda a equilibrar a mulher hormonalmente mas previne doenças como a endometriose, e o câncer de ovário. A mulher foi feita para parir, e não para menstruar.”

Já a ginecologista e coordenadora do Centro de Apoio à Mulher com Tensão Pré-Menstrual do Hospital das Clínicas de São Paulo, Mara Diegoli, defende o uso de anticoncepcionais como última opção do tratamento. Na visão da especialista, a pílula ajuda a amenizar apenas os sintomas físicos da síndrome.

“A pílula não age nos sintomas psíquicos, e nem sempre corrige os problemas físicos. Os efeitos colaterais dos hormônios são pesados, não podem nunca ser a primeira opção de tratamento. Em mulheres entre 20 e 35 anos o hormônio é benéfico, depois dessa idade não tem sentido, é prejudicial”, endossa.

Independe da bandeira levantada pelo médico, seja ela a favor ou contra, a pílula existe no mercado há 50 anos e revolucionou a vida sexual da mulher. Os efeitos colaterais desse medicamento, hoje, são expressivamente mais brandos.

José Domingos explica que as pílulas mais modernas contêm uma nova geração de progesterona, a drospirenona, que aumentam a eliminação de urina (diurese), evitando o inchado e a retenção de líquido. Segundo o médico, a evolução na composição do medicamento está sempre a favor do corpo feminino. Na Alemanha, já é feito o uso de uma pílula com estrogênio natural, e não sintetizado. Os efeitos colaterais, nesse caso, são ainda menores, explica.

DIU com hormônios, injeção trimestral, implante com hormônio ou pílula listam os contraceptivos que suspendem a menstruação e afastam os sintomas da TPM. Embora eficazes, os efeitos colaterais devem ser considerados. Aumento de peso e diminuição de libido estão entre os riscos desses métodos.

Transtornos emocionais
A irritabilidade leve na TPM também pode ser tratada com o uso de fitoterápicos. Em casos de descontrole emocional agudo, é recomendado o uso de antidepressivo. Mara Diegolli alerta que não existe um remédio para tratar todos os sintomas.

A grande novidade, que mudou o tratamento, na visão dos especialistas, foram os inibidores seletivos da recaptação de serotornina, uma classe de antidepressivos ampliou as opções para bloquear os traumas da TPM.

“A fluoxetina até hoje obteve os melhores resultados. Ela reduz 65% da intensidade dos sintomas, mas não cura o inchaço, a cólica e a dor de cabeça”. Os índices de melhora são altos. Segundo a médica, 90% das pessoas melhoram com o medicamento.

Fonte Delas

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