Inca estima que 20 mil casos de câncer ocupacional serão registrados no país este ano
Profissionais de áreas como beleza, aviação, química e farmácia estão entre os mais propensos a desenvolver determinados tipos de câncer, conforme levantamento divulgado nessa segunda-feira pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). De acordo com o instituto, dos 500 mil novos casos de câncer estimados para o ano, 20 mil estarão relacionados à ocupação.
A responsável pela Área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente do Inca, Ubirani Otero, aponta que a dificuldade de se estabelecer uma relação entre o ambiente profissional e a doença faz com que o câncer ocupacional seja subdimensionado.
— É importante que os profissionais da saúde questionem aos doentes diagnosticados com câncer qual foi a rotina laboral que exerceram por mais tempo em suas vidas. Só assim será possível identificar e registrar os casos de câncer relacionados ao trabalho no Sistema Nacional de Agravos do Ministério da Saúde (Sinan) — diz a epidemiologista.
O Ministério da Saúde identificou uma carência de informações que permitam encontrar os fatores de risco de câncer relacionados ao trabalho, bem como as possibilidades de se estabelecer um sistema de vigilância do câncer dos trabalhadores expostos e dos agentes cancerígenos. Os benefícios de auxílio-doença por câncer (acidentário e previdenciário) concedidos pela Previdência Social em 2009 foram 113.801, e apenas 0,66% foram registrados como tendo relação ocupacional.
Para suprir essa demanda, o Inca publicou as Diretrizes de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho. O documento relaciona 19 tipos de câncer ao ambiente profissional e aponta 112 substâncias cancerígenas a que os trabalhadores são expostos em sua atividade.
Os principais grupos de agentes cancerígenos relacionados ao trabalho incluem metais pesados, agrotóxicos, solventes orgânicos, formaldeído e poeiras (amianto e sílica). A via de absorção — respiratória, oral ou cutânea —, a duração e a frequência da exposição aos agentes nocivos influenciam na toxidade, mas não são fundamentais para o desencadeamento da doença, pois não há níveis seguros de exposição a agentes cancerígenos, conforme a epidemiologista Ubirani.
A prioridade da prevenção é a remoção da substância cancerígena da rotina de trabalho desses profissionais. Enquanto isso não acontece, a recomendação é eliminar gradativamente o uso desses agentes, restringir o contato com cancerígenos a determinadas atividades, adotar níveis mínimos de exposição, além de reduzir a jornada de trabalho diário.
Ocupações mais propensas ao câncer laboral
:: Cavidade oral, faringe e laringe
A responsável pela Área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente do Inca, Ubirani Otero, aponta que a dificuldade de se estabelecer uma relação entre o ambiente profissional e a doença faz com que o câncer ocupacional seja subdimensionado.
— É importante que os profissionais da saúde questionem aos doentes diagnosticados com câncer qual foi a rotina laboral que exerceram por mais tempo em suas vidas. Só assim será possível identificar e registrar os casos de câncer relacionados ao trabalho no Sistema Nacional de Agravos do Ministério da Saúde (Sinan) — diz a epidemiologista.
O Ministério da Saúde identificou uma carência de informações que permitam encontrar os fatores de risco de câncer relacionados ao trabalho, bem como as possibilidades de se estabelecer um sistema de vigilância do câncer dos trabalhadores expostos e dos agentes cancerígenos. Os benefícios de auxílio-doença por câncer (acidentário e previdenciário) concedidos pela Previdência Social em 2009 foram 113.801, e apenas 0,66% foram registrados como tendo relação ocupacional.
Para suprir essa demanda, o Inca publicou as Diretrizes de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho. O documento relaciona 19 tipos de câncer ao ambiente profissional e aponta 112 substâncias cancerígenas a que os trabalhadores são expostos em sua atividade.
Os principais grupos de agentes cancerígenos relacionados ao trabalho incluem metais pesados, agrotóxicos, solventes orgânicos, formaldeído e poeiras (amianto e sílica). A via de absorção — respiratória, oral ou cutânea —, a duração e a frequência da exposição aos agentes nocivos influenciam na toxidade, mas não são fundamentais para o desencadeamento da doença, pois não há níveis seguros de exposição a agentes cancerígenos, conforme a epidemiologista Ubirani.
A prioridade da prevenção é a remoção da substância cancerígena da rotina de trabalho desses profissionais. Enquanto isso não acontece, a recomendação é eliminar gradativamente o uso desses agentes, restringir o contato com cancerígenos a determinadas atividades, adotar níveis mínimos de exposição, além de reduzir a jornada de trabalho diário.
Ocupações mais propensas ao câncer laboral
:: Cavidade oral, faringe e laringe
Agentes — agrotóxicos, asbesto (amianto), formaldeído, fuligem de carvão, óleo de corte, poeiras de madeira, couro, cimento, cereais, tecidos, sílica e solventes orgânicos.
Ocupações — açougueiro, barbeiro, cabeleireiro, carpinteiro, encanador, instalador de carpete, mecânico de automóvel, mineiro, moldador e modelador de vidro, oleiro e pintor.
:: Mama
:: Mama
Agentes — agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis, hormônios e dioxinas.
Ocupações — cabeleireiro, operador de rádio e telefone, enfermeiro e auxiliar de enfermagem, comissário de bordo e trabalho noturno.
:: Pulmão
:: Pulmão
Agentes — antineoplásicos, asbesto, arsênico, asfalto, ácido inorgânico forte, acrinonitrila, berílio e compostos, cádmio, chumbo, emissão de forno de coque e de gases combustíveis, fuligem, gases amônia, óxido de nitrogênio, dióxido de cloro e enxofre, inseticidas não arsenicais, manganês, níquel, sílica livre cristalina, poeiras de carvão, madeira, rocha/quartzo e de cimento, radônio, urânio e radiação ionizante.
Ocupações — bombeiro hidráulico, encanador, eletricista, mecânico de automóvel, mineiro, pintor, soldador, trabalho com isolamento, trabalho em navios e docas, trabalho na conservação do couro, trabalho na limpeza e manutenção e soprador de vidro.
:: Estômago e esôfago
:: Estômago e esôfago
Agentes — poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas e ácido sulfúrico.
Ocupações — engenheiros eletricista e mecânico, trabalhadores da extração de petróleo, motoristas.
:: Bexiga
:: Bexiga
Agentes — aminas aromáticas, benzeno, benzidina, cromo, fumo e poeira de metais, agrotóxicos, hidrocarboneto policlínico aromático, óleos e petróleo.
Ocupações — cabeleireiro, maquinista, mineiro, metalúrgico, motorista de caminhão, pintor, trabalhador de ferrovia, trabalhador em forno de coque e tecelão.
:: Leucemia e mielodisplasias
:: Leucemia e mielodisplasias
Agentes — acrinonitrila, aminas aromáticas, agrotóxicos, antineoplásicos, benzeno, butadileno, compostos halogenados, óxido de metais, radiação, solventes e tricloroetileno.
Ocupações — trabalhadores do setor elétrico e da cadeia de petróleo.
:: Pele não melanoma
:: Pele não melanoma
Agentes — arsênico, alcatrão, creosoto, fuligem, hidrocarbonetos policíclicos, luz solar, óleo mineral, radiação ultravioleta e ionizante.
Ocupações — agentes de saúde, carteiro, pedreiro, pescador, salva-vidas, guarda de trânsito, trabalhador rural e vendedor.
:: Pele melanoma
:: Pele melanoma
Agentes — campo eletromagnético, radiação ultravioleta e sol.
Ocupações — carteiro, farmacêutico, instalador de telefone, mineiro, químico, operador de telefone, piloto de avião e serralheiro elétrico.
Fonte Zero Hora
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