Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Chupeta: agora pode?

Pesquisa recente encontrou benefícios no uso da chupeta para a amamentação. Mas tema permanece em debate

O uso da chupeta é sempre alvo de polêmica. Recentemente, uma nova pesquisa adicionou mais lenha à fogueira. Profissionais do Hospital Infantil Doernbecher, da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos Estados Unidos, afirmaram que a restrição do objeto diminuiu o número de crianças em amamentação exclusiva em 11%.

As descobertas da pesquisa contrabalanceiam a orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde) e da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que contraindicam o uso da chupeta em hospitais e maternidades para bebês que estejam em amamentação. Seria a chupeta, portanto, um acessório subestimado?

De acordo com a neonatologista Saskia Fekete, da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, interior de São Paulo, a chupeta costuma ser contraindicada principalmente até a terceira semana de vida do bebê, para favorecer que a criança “pegue” o peito materno. Para ela, o assunto merece ser estudos mais profundos. “Uma criança que mama satisfaz a necessidade de sucção e não precisa de chupeta”, pondera.

Para o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, da MBA Pediatria e autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas – Do nascimento aos 12 meses" (MG Editores), não é bem assim. Na prática, a chupeta pode acalmar o bebê com o exercício de sucção que promove. Com isso, de fato, mamar poderia se tornar mais fácil.

Malefícios da chupeta
O pediatra Marcus Renato de Carvalho, consultor em amamentação e professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ, não vê nenhum possível benefício na chupeta. Pelo contrário. Para ele, o recém-nascido pode confundir o bico do seio com o bico da chupeta e assim, passar a sugar o seio de maneira equivocada, sendo levado ao desmame precoce.

Há ainda um risco ortodôntico, embora ele seja maior se o hábito continua após os três anos de idade. O ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler, da Köhler Ortofacial, explica que a amamentação exercita a musculatura do rosto e estimula o crescimento correto dos ossos da face. Durante a fase de crescimento, esses ossos têm uma plasticidade muito grande. Se houver uma força inadequada empurrando-os, como o sugar da chupeta, eles podem ser deformados.

A “pacificadora”
Mas é difícil demonizar um objeto que, apesar de todas as reservas de especialistas, pode ser encontrado na maioria das casas que têm um bebê. “A chupeta tem alguns benefícios, embora os malefícios sejam em maior número”, resume Saskia Fekete.

O benefício mais reconhecido está expresso no nome da chupeta em inglês: “pacifier” (“pacificador”). Ela tem mesmo esse poder de acalmar a criança.

Cabe a cada família, com ajuda do médico, encontrar a melhor maneira (e dosagem) da chupeta, caso ela se faça mesmo necessária. Saskia só indica o uso da chupeta quando a mãe não pode amamentar ou quando vê que a família é ansiosa. Caso contrário, a médica sugere outras maneiras mais simples para acalmar o bebê, como aconchego e rotina. “A chupeta não é contraindicada, mas é melhor evitá-la por ser muito difícil de tirá-la da criança depois”, diz.

Foi com isso em mente que a contadora Maria Nita do Nascimento, de 34 anos, conseguiu evitar a chupeta. Antecipando a dificuldade de tirá-la, ela nunca ofereceu o objeto às filhas Catarina e Lara, hoje com sete e três anos, respectivamente. “Elas usavam uma fralda de pano branca, que apelidaram de ‘mimiu’, só na hora de dormir”, comenta. A mais velha deixou o objeto por volta dos três anos, com facilidade, após ser incentivada pelos pais.

De maneira geral, não chupar chupeta é melhor para a criança. Mas o uso controlado não é o fim do mundo. Sylvio Renan lembra que os malefícios podem ser evitados se a chupeta for tirada da criança entre os 18 e 24 meses. Não é recomendado, no entanto, que a criança fique com a chupeta ao alcance o tempo inteiro antes disso. O objetivo da chupeta, se necessário, é somente para acalmá-la.

Fonte iG

Nenhum comentário:

Postar um comentário