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sábado, 8 de setembro de 2012

Pesquisadores utilizam composto de vidro para regenerar osso lesionado

Invento de brasileiros utiliza material altamente bioativo capaz de interagir e promover a regeneração do tecido ósseo

Estudos desenvolvidos na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) estão propondo novas técnicas e produtos para o desenvolvimento de enxertos ósseos artificiais. Os pesquisadores do Laboratório de Materiais Vítreos (LaMaV) da Instituição recentemente patentearam um invento que utiliza o Biosilicato, um material obtido a partir de um processo de cristalização de vidros que é altamente bioativo e possui a habilidade de interagir com o tecido ósseo e promover sua regeneração.

A dimensão da importância do invento dos pesquisadores pode ser medida pela relevância dos tratamentos de lesões ósseas, já que o tecido ósseo é considerado, depois do sangue, o segundo tecido mais comumente transplantado. Além disso, os pesquisadores do laboratório ressaltam que o envelhecimento da população e o aumento de cirurgias ortopédicas que utilizam enxertos ósseos têm ampliado, a uma rápida taxa de crescimento, esse tipo de necessidade clínica e o mercado para os tratamentos baseados em biomateriais.

Atualmente, a forma mais utilizada pelos médicos no tratamento de fraturas ósseas é o enxerto autógeno, realizado com material proveniente do próprio paciente. No entanto, a pequena quantidade de material disponível, os riscos de infecção e a necessidade de cirurgias adicionais, dentre outras complicações, tornam essa terapia insatisfatória.

Segundo a pesquisadora do LaMaV Ana Rodrigues, o uso do enxerto autógeno, que depende do uso de ossos do próprio paciente, é muito restrito, porque necessita da definição de um local para extração do osso que não comprometa a saúde da pessoa. "É um fator limitante e que, ao realizar a retirada do material, acaba criando uma lesão numa outra área" , afirma a pesquisadora.

Desafios
No tratamento de fraturas ósseas a partir do novo invento, o desafio tem sido desenvolver um tipo de material que seja altamente poroso ao mesmo tempo que tenha propriedades mecânicas o mais próximo possível do osso com o qual irá interagir. Segundo os pesquisadores, a proposta que utilizaria o enxerto a partir dos scaffolds à base de Biosilicato tem a vantagem do material projetado possuir uma estrutura porosa que permite o crescimento do tecido ósseo em seu interior e uma posterior reabsorção do material bioativo pelo organismo do paciente. Os Scaffolds são enxertos aloplásticos, ou seja, artificiais. Na prática são estruturas porosas que servem como matrizes para o crescimento do tecido ósseo. Há vários materiais que podem ser utilizados na síntese de scaffolds, dentre eles, alguns tipos de vidros.

As parcerias mantidas com o LaMaV para os testes com os scaffolds envolvem pesquisadores dos departamentos de Fisioterapia e Morfologia e Patologia da UFSCar, além do Departamento de Biociências da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Faculdade de Odontologia da USP de Ribeirão Preto.

A próxima fase é o teste clínico, que envolve a aplicação em seres humanos. Nessa fase há rigorosos protocolos éticos a serem seguidos até que seja comprovada a eficácia ou não da proposta. Os pesquisadores estimam que entre 5 e 10 anos a proposta possa ter avançado e estar disponível como uma opção cirúrgica no tratamento de fraturas ósseas.

Fonte isaude.net

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