Os transtornos alimentares normalmente são associados a mulheres jovens e adolescentes. Mas entre aquelas com mais de 50 anos de idade aproximadamente 11% também podem desenvolver o transtorno.
Uma pesquisa americana mostrou que quase 70% das mulheres nessa faixa de idade estão muito preocupadas com seu peso e se engajam repetidamente em dietas de restrição alimentar. Além desse grupo a pesquisa ainda identificou que 3,5% das mulheres com mais de 50 anos afirmaram ter comportamentos de binge – restrição alimentar intensa seguida de descontrole sobre o que come – e 8% indicaram ter hábitos purgativos (induziam o vômito após as refeições).
Os resultados assustadores vieram do estudo publicado no periódico International Journal of Eating Disorders, liderado por Cynthia Bulik, da Universidade da Carolina do Norte, e que acompanhou mais de 1.800 mulheres que participaram de outro estudo amplo sobre a saúde na terceira idade.
“Por motivos diversos há poucos dados sobre as mulheres na faixa dos 50 anos de idade e de como elas se sentem sobre sua imagem e corpo. A insatisfação com o próprio corpo por causa do envelhecimento natural parece ter relação com esse aumento dos transtornos alimentares nessa população, mas descobrimos apenas que os números parecem cada vez mais altos. O que realmente causa isso ainda não foi comprovado”, explica a autora.
A prevalência alta dos transtornos observados nas mulheres com média de 50 anos começava a diminuir após os 60 anos mas voltava a aumentar quando a idade das entrevistadas chegava na média dos 75 anos, outro mistério ainda não resolvido pela ciência.
“Outro dado importante é o quanto isso preocupa essas mulheres: 41% delas afirmavam se pesar diariamente, e outros 40% faziam isso ao menos duas vezes na semana. Além disso 79% afirmavam que não gostavam da forma de seu corpo, 62% diziam que isso impactava sua vida e 64% apontava que pensava nisso ao menos uma vez ao dia”, diz Bulik.
Essa insatifação também se reflete em hábitos danosos à saúde, como o uso indiscriminado de remédios para emagrecer, excesso de exercício, uso de diuréticos ou laxativos e os hábitos purgativos e episódios de binge.
“Nossa principal conclusão é que os dados apontam diretamente que os transtornos alimentares não são limitados a uma faixa de idade. Esses sintomas não devem ser deixados de lado por profissionais que lidam com essas mulheres, pois a saúde física e mental delas é ainda mais sensível e a idade piora cada vez mais os problemas que os transtornos alimentares acarretam”, finaliza.
Fonte O que eu tenho
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