Rio de Janeiro - Estudo do Instituto
Nacional do Câncer (Inca) aponta queda nas taxas de incidência e mortalidade
para tipos da doença em algumas cidades do país. Curitiba (PR) é a capital com a
maior queda de casos novos de câncer (9,4%) e mortes (7,9%). São Paulo (SP) e
Goiânia (GO) também apresentaram redução significativa (7,4% dos casos e 3,6%
das mortes ) e (4,9% dos casos e 3,2% das mortes), respectivamente.
Para o câncer de colo de útero, o
estudo aponta que das 11 cidades com Registros de Câncer de Base Populacional
(RCBP), com pelo menos oito anos de informações consolidadas, nove apontam
tendência de queda nos casos e nas mortes, duas registraram tendência de alta na
incidência e uma tendência de alta da mortalidade. Em Salvador, por exemplo,
entre os anos de 1997 e 2004, houve redução de 5,3% na incidência e 3,5% na
mortalidade. A estimativa do instituto, até o fim do ano, é que quase 18 mil
mulheres, em todo o país, sejam diagnosticadas com a doença.
Para o diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini, o declínio é resultado
das campanhas de prevenção feitas no país nos últimos 20 anos e do diagnóstico
precoce das doenças. Ele destacou a importância dos dados para a continuação das
pesquisas sobre o câncer. "Isso não é motivo para nos contentarmos, ao
contrário, isso é motivo para nos estimular a dizer: 'Olha, tem sido feito
coisas que estão dando certo, então precisamos aumentar ainda mais a vigilância
e a eficiência e produzir esses documentos que permitem fazer as análises de
acompanhamentos e projeções'", avaliou.
O câncer de mama também apresentou redução nas taxas de incidência e morte.
Estima-se que 80% das mulheres diagnosticadas com a doença têm sobrevida,
percentual superior ao demais países da América Latina. Das 11 cidades
avaliadas, a maioria apresentou taxas estáveis para incidência e mortalidade.
Quatro apontaram tendência de alta na incidência e três, na de mortalidade, de
acordo com o estudo Informativo Vigilância do Câncer.
Apesar do resultado positivo em relação ao câncer de mama, Santini ressalta
que é preciso fazer um esforço para melhorar a qualidade dos exames de
mamografia. "O exame da mamografia é o mais importante para a detecção precoce
do câncer de mama. Ele já detecta a existência do câncer. A mamografia, se feita
e analisada de forma correta, é fundamental para reduzir a mortalidade. Não é só
garantir o acesso ao exame, mas sim garantir o acesso com qualidade",
destacou.
Além desses dois tipos, foram
analisados também as tendências de incidência e mortalidade dos cânceres de
próstata, estômago e de cólon e reto. Em relação ao de pele, devido à baixa
letalidade, foi analisada apenas a tendência de incidência.
O Rio de Janeiro, sede do Inca, ficou de fora dos estudos. De acordo
com Santini, a "falha" é em decorrência da dificuldade na implementação das
políticas de saúde pública. "É uma questão bastante complexa. Isso não é
negligência da atual administração, mas sim, uma consequência da superposição de
autoridades na história da saúde pública do Rio de Janeiro. É uma história de
competição e não de cooperação", disse.
O lançamento do estudo marca o Dia Nacional de Combate ao Câncer. O estudo
reúne informações coletadas em 22 estados que têm o RCBP, indicador do Inca, com
pelo menos um ano consolidado. Ainda engloba 11 cidades que têm o RCBP por pelo
menos oito anos, com o objetivo de analisar as tendências da doença no país. Os
dados coletados são de 1987 a 2009, dependendo da cidade avaliada.
Fonte Agência Brasil
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