São Paulo – O câncer de próstata é o câncer mais comum entre os homens e em
2012 o número de casos no Brasil deve chegar a 60.180. De acordo com dados do
Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2010 o número de mortes decorrente da
doença ultrapassou 12.778. Por isso, o Instituto Lado a Lado pela Vida com apoio
da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) organizou uma ação de conscientização
ao público na Avenida Paulista, região central da capital, chamada de Um Toque,
Um Drible.
Durante o evento, foram distribuídos folhetos informativos sobre a doença
para explicar o que é a próstata, fatores de risco, prevenção, diagnóstico e
sintomas. De acordo com a coordenadora de Instituto de Projetos do Instituto
Lado a Lado pela Vida, Denise Blaques, a campanha pretende chamar a atenção dos
homens para a importância do exame de toque retal.
A próstata é uma glândula do tamanho de uma castanha que só o homem tem e
está localizada na parte baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga, à frente do
reto. Como os outros exames não conseguem chegar até a região, com o toque o
médico é possível sentir se há algum aumento, anomalia ou endurecimento da
região.
“O instituto detectou que o preconceito do homem em ir ao médico continua
muito forte. No caso do câncer de próstata é necessário que o homem consulte um
urologista e faça o exame de sangue PSA, além do toque retal. Só com esses dois
exames o médico consegue avaliar se a próstata está saudável ou não”, disse
Denise Blaques.
Ela explicou que os principais sintomas são dificuldade para urinar, pouca
urina, dor ao ejacular, dor nos ossos e sangue na urina ou no sêmen. Entretanto,
muitos homens não apresentam sintomas, o que acaba dando a ilusão de que está
tudo em ordem e assim afastando-o do médico. “Geralmente quando a doença
apresenta os sintomas já está em estágio avançado, ficando mais difícil reverter
a situação e dar maior sobrevida ao paciente”, disse.
O indicado é que a partir dos 50 anos o homem procure atendimento específico
e faça todos os exames, ou aos 45 se houver histórico de câncer na família. “O
exame é rápido e indolor. O único caminho é se conscientizar, não ter
preconceito e cuidar da saúde. A proposta do instituto é continuar insistindo na
importância da informação”. Denise ressaltou que dados do Inca apontam que além
da faixa etária e do histórico familiar, os negros também apresentam maior
incidência da doença.
O tratamento depende da avaliação da doença, variando de pessoa para pessoa e
podendo chegar até à retirada total da glândula. “Pode haver algumas sequelas,
mas nada que não possa ser corrigido com medicamentos existentes no mercado. O
ideal é diagnosticar o mais cedo possível. Se detectado em estágio bem inicial,
há chances de cura de 90%”. A visita ao urologista deve ser anual.
O ajudante Erivaldo Dias Tavares, de 40 anos, contou que nunca fez o exame,
mas pretende começar a fazê-lo devido a sua idade. Ele contou que conheceu
pessoas que sofreram com a doença e por isso aprendeu que é preciso ter atenção
com a próstata. “A doença é terrível, muitas dores, dificuldade para andar. E
eu, vendo isso, pensei que quando chegasse na idade iria começar a me prevenir.
Tenho um tio que faleceu há uma semana por não fazer o exame e quando descobriu
já estava muito avançado”.
Aos 68 anos, o marmorista Adalberto Francisco Gualberto, disse que tentou
fazer o exame em uma ocasião, mas não foi possível e ele acabou não voltando ao
posto de saúde. Mas ele reforçou que está com pressa para voltar ao posto e
agendar seu exame. “Eu não tenho preconceito e acho muito importante fazer o
exame. Tenho medo da doença, apesar de não ter tido ninguém na família que teve
câncer. Mas como se fala muito, vou fazer a prevenção”, disse.
Fonte Agência Brasil
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