Pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center e de Harvard Medical School, nos Estados Unidos da América, forneceram a primeira evidência científica que pode comprovar que os médicos realmente podem chegar a sentir a dor dos pacientes que eles tratam.
A pesquisa promovida pelos pesquisadores sugere ainda que os médicos também podem experimentar uma forma de alívio após o tratamento. Tal pesquisa ajuda a iluminar um dos aspectos mais intangíveis do cuidado de saúde, a relação médico-paciente, segundo os investigadores.
Pesquisas anteriores demonstraram também que uma região do cérebro associada com o alívio da dor (córtex pré-frontal ventrolateral direito, VLPFC) e uma região associada com a recompensa (córtex cingulado rostral anterior, RACC) são ativadas quando os pacientes experimentam o efeito placebo, que ocorre quando os pacientes apresentam melhora com formas de tratamentos que não contêm substâncias ativas. O efeito placebo responde por parcelas significativas de resultados clínicos em muitas doenças, incluindo dor, depressão e ansiedade.
Embora a pesquisa comportamental aponta que as expectativas dos médicos influenciam os resultados clínicos dos pacientes e ajudam a determinar as respostas dos pacientes tratados com placebo, até agora pouco esforço foi direcionado para a compreensão da biologia relacionada à componente da relação clínica.
Os resultados do estudo mostraram que durante o tratamento dos pacientes, os médicos ativaram a região VLPFC do cérebro, previamente implicada na resposta do placebo. “Nós já sabemos que a relação médico-paciente oferece consolo e pode até aliviar muitos sintomas. Agora, pela primeira vez, nós mostramos que cuidar de pacientes engloba uma neurobiologia única em médicos. Nosso objetivo final é transformar a “arte da medicina” na “ciência do cuidado”, e essa pesquisa é um primeiro passo importante neste processo para descobrir como as interações médico- paciente podem levar a resultados clínicos mensuráveis em pacientes”, explicaram os autores.
Fonte Corposaun
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