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sábado, 22 de junho de 2013

Primeiros Socorros: Picada de aranha

Aranha Marrom
Acidentes por Aranhas
Acidentes causados por aranhas são comuns, porém a maioria não apresenta repercussão clínica.  Os gêneros de importância em saúde pública no Brasil são: Loxosceles (aranha-marrom), Phoneutria (aranha armadeira ou macaca) e Latrodectus (viúva-negra). Entre essas, a maior causadora de acidentes é a Loxosceles. Acidentes causados por outras aranhas podem ser comuns, porém sem relevância em saúde pública, sendo que os principais grupos pertencem, principalmente, às aranhas que vivem nas casas ou suas proximidades, como caranguejeiras e aranhas de grama ou jardim.

Descrição do agravo
Aranhas são animais invertebrados pertencentes à ordem Araneae. São caracterizadas por possuírem um exoesqueleto de quitina, onde a cabeça e o tórax são fundidos (cefalotórax ou prossoma) e de onde saem quatro pares de patas, um par de pedipalpos, que funcionam como órgão sensorial, e um par de quelíceras, onde fica situado o ferrão. As fiandeiras, órgão capaz de produzir a seda, estão situadas no abdômen (opistossoma). Araneísmo é o nome atribuído aos acidentes com aranhas. Quase todas as aranhas, com exceção de duas famílias, produzem e armazenam secreção nas suas glândulas de veneno. Porém, as aranhas consideradas de importância médica pertencem a quatro gêneros, três deles encontrados no Brasil:

•  Loxosceles (aranha-marrom): Não é agressiva, pica geralmente quando comprimida contra o corpo.

Tem um centímetro de corpo e até três de comprimento total.

Possui hábitos noturnos, constrói teia irregular como “algodão esfiapado”.

Esconde-se em telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis, quadros, rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos, garagens, porões, e outros ambientes com pouca iluminação e movimentação.


•  Phoneutria (aranha armadeira ou macaca): Bastante agressiva, assume posição de defesa saltando até 40 cm de distância.

O corpo pode atingir 4 cm, com 15 cm de envergadura. São caçadoras, com atividade noturna.

Abrigam-se sob troncos, palmeiras, bromélias, e entre folhas de bananeira.

Podem se alojar em sapatos, atrás de móveis, cortinas, sob vasos, entulhos, material de construção etc.

 

•  Latrodectus (viúva-negra): Não é agressiva. A fêmea pode chegar a 2 cm e o macho a 2 a 3 mm. Tem atividade noturna e hábito gregário.

Faz teia irregular em arbustos, gramíneas, cascas de coco, canaletas de chuva ou sob pedras.

É encontrada próxima ou dentro das casas, em ambientes sombreados, como frestas, sob cadeiras e mesas em jardins.

As aranhas caranguejeiras (Ordem Mygalomorphae), embora grandes e frequentemente encontradas em residências, não causam acidentes considerados graves.

Os sintomas mais frequentes são dor local pouco intensa e edema discreto. Estas aranhas, ao se sentirem ameaçadas, raspam as pernas traseiras contra o abdômen, liberando cerdas urticantes, que podem causar reações alérgicas.
 
O quadro de envenenamento (araneísmo) depende das atividades dos diferentes tipos de veneno, sendo denominado por loxoscelismo o envenenamento por Loxosceles; foneutrismo por Phoneutria e latrodectismo por Latrodectus.
 
Informações gerais sobre o agravo

1. O que são?
As aranhas compõem a ordem mais numerosa de aracnídeos, com mais de 35.000 espécies em todo o mundo. Habitam praticamente todas as regiões do planeta. Muitas espécies vivem próximas, e até mesmo dentro de habitações humanas, favorecendo a ocorrência de acidentes. O veneno, produzido por duas glândulas situadas na região das quelíceras, é utilizado na captura de presas e como defesa.
 
2. Qual o microrganismo envolvido?
Não se aplica.
 
3. Quais os agentes envolvidos?
São três os tipos (gêneros) de aranhas: aranha-armadeira, aranha-da-banana ou macaca, encontrada em várias regiões do país, com predomínio na região Sudeste e Sul; aranha-marrom, muito comum no Sul, principalmente no Paraná, e viúva-negra, mais encontrada no litoral do Nordeste. A tarântula ou aranha-de-jardim e as caranguejeiras, apesar de muito temidas, não causam acidentes de importância; assim como as aranhas domésticas que fazem teias geométricas.
 
4. Quais os sintomas?
A aranha-armadeira causa dor imediata e intensa, com poucos sinais visíveis no local da picada. Raramente crianças podem apresentar agitação, náuseas, vômitos e diminuição da pressão sanguínea. No caso da aranha-marrom, a picada é pouco dolorosa e uma lesão endurecida e escura costuma surgir várias horas após, podendo evoluir para ferida com necrose de difícil cicatrização; raramente podem provocar escurecimento da urina. A viúva-negra leva a dor na região da picada, contrações nos músculos, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimentos cardíacos.
 
5. Como se transmite?
Não se aplica.
 
6. Quais os primeiros socorros em caso de acidente?
Lavar o local da picada com água e sabão; não fazer torniquete ou garrote, não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no local da ferida, nem aplicar folhas, pó de café ou terra para não provocar infecções; não dar à vítima bebida alcoólica, querosene, ou fumo, como é costume em algumas regiões do país; levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento adequado em tempo.
 
7. Como tratar?
Dependendo dos sintomas, podem ser adotadas medidas para alívio da dor, como compressas mornas (acidentes por aranha-armadeira e viúva-negra).Havendo ou não melhora, o paciente deve ser levado ao serviço de saúde mais próximo para ser avaliada a necessidade de administração de soro específico.
 
8. Como se prevenir?
Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; não acumular entulhos e materiais de construção; limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
 
Informações técnicas
 
Aspectos clínicos
A lesão cutânea do loxoscelismo surge horas após a picada com eritema e edema, evoluindo com dor, equimose, palidez (“placa marmórea”) e necrose. Pode haver, mais raramente, hemólise intravascular e insuficiência renal aguda. O tratamento é feito com soro antiloxoscélico ou antiaracnídico.

No foneutrismo as alterações locais predominam com dor imediata, edema discreto, parestesia e sudorese, cujo tratamento é sintomático. O quadro sistêmico é raro, presente em crianças com idade inferior a sete anos, com instabilidade hemodinâmica, edema pulmonar agudo e choque. Nesses casos é indicado o soro antiaracnídico.
 
No latrodectismo há dor local imediata progressiva, sudorese, hipertensão arterial, taquicardia, contraturas musculares, bradicardia e choque. Não há soro específico disponível.
 
Aspectos laboratoriais
Não há exames laboratoriais para diagnóstico do araneísmo ou dos tipos de envenenamento causados pelas aranhas de importância em saúde.
 
•  Foneutrismo: Em casos considerados graves em crianças, observou-se leucocitose com neutrofilia, hiperglicemia e acidose metabólica.

•  Loxoscelismo: No acidente onde ocorre hemólise intravascular, observa-se leucocitose com neutrofilia, anemia causada pela diminuição na quantidade de hemoglobina, aumento de reticulócitos e plaquetopenia. Observa-se ainda hiperbilirrubinemia com predomínio de bilirrubina indireta, elevação de transaminases, queda dos níveis sérios de haptoglobina. Em casos de insuficiência renal ocorre ainda aumento de uréia e creatinina. Na urina pode ocorrer a presença de hemoglobina (hemoglobinúria), eritócitos (hematúria) e cilindros granulares renais (cilindrúria).
 
•  Latrodectismo: Os exames laboratoriais são inespecíficos. Pode ocorrer: leucocitose, linfopenia, eosinopenia, hiperglicemia, hiperfosfatemia, albuminúria, hematúria, leucocitúria e cilindrúria, além de alterações no encefalocardiograma.
 
Aspectos ambientais
Apesar das aranhas serem encontradas no peri e intradomicílio, o controle com inseticidas não é recomendado pois a irritação causada pelo produto químico pode desalojar os animais de seus abrigos, aumentando o risco de acidente.
 
Outras informações de relevo para o agravo
No ambiente doméstico, é comum encontrar aranhas que fazem teias geométricas e que não representam risco à saúde. São as aranhas-de-jardim (Lycosasp.) e as caranguejeiras. A elas são atribuídas erroneamente lesões dermatológicas de naturezas diversas, como infecção cutânea, reação alérgica etc.Nem todos os casos de araneísmo requerem soroterapia. No entanto, quando indicada deve ser administrada o mais precocemente possível. Os soros estão disponíveis em unidades de saúde referência em todos os Estados.
 
Fonte Portal Saúde

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