Foto: Marcos Santos/USP Imagens Genotoxicidade está associada ao desenvolvimento de doenças e é um mecanismo responsável por muitos tipos de câncer |
Pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos EUA, descobriu que o fumo de ' terceira mão' , o resíduo nocivo que se apega a praticamente todas as superfícies muito tempo depois que a fumaça de um cigarro sumiu, causa dano genético significativo em células humanas.
O estudo revelou ainda que a exposição crônica é pior do que a exposição aguda, com os compostos químicos em amostras expostas ao fumo de terceira mão crônica existentes em concentrações mais elevadas e causando mais danos do que as amostras de DNA expostas ao fumo agudo, sugerindo que o resíduo se torna mais prejudicial ao longo do tempo.
"Este é o primeiro estudo a mostrar que a fumaça de terceira mão é mutagênico. Nitrosaminas específicas do tabaco, alguns dos compostos químicos do fumo de terceira mão, estão entre os mais potentes carcinogêneos existentes. Eles ficam em superfícies, e quando essas superfícies são roupas ou tapetes, o perigo para as crianças é especialmente grave", afirma a coautora da pesquisa Lara Gundel.
Os investigadores utilizaram dois ensaios in vitro comuns para testar a genotoxicidade e descobriram que o fumo de terceira mão pode causar quebra das cadeias de DNA e lesões oxidativas do DNA, o que pode levar a uma mutação do gene.
A genotoxicidade está associada com o desenvolvimento de doenças e é um mecanismo crítico responsável por muitos tipos de câncer causados pelo tabagismo e exposição ao fumo passivo.
"Até este estudo, a toxicidade da fumaça de terceira mão não foi bem compreendida. O fumo de terceira mão tem uma quantidade menor de produtos químicos do que o fumo passivo, por isso é bom ter evidência experimental para confirmar a sua genotoxicidade", observa o pesquisador Bo Hang.
De acordo com os pesquisadores, o conhecimento dos mecanismos pelos quais a exposição à fumaça de terceira mão aumenta a chance de desenvolvimento de doenças em indivíduos expostos deve levar a novas estratégias de prevenção.
Fonte isaude.net
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