A taxa de bebês nascidos prematuros no Brasil é maior do que se pensava,
indica estudo liderado pela Universidade Federal de Pelotas e financiado pelo
Ministério da Saúde e pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
O sistema oficial que mede essa taxa (SINASC) subestimou o número de
prematuros em 40% ao longo da década passada, explicou Cesar Victora, da UFPel,
em evento no Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (5).
Aplicando um fator de correção, os pesquisadores chegaram à conclusão que a
taxa de bebês nascidos prematuros foi de 11,7% em 2010. E, não, de 7,2%, como
registrado no SINASC.
Para o Unicef, o patamar é elevado. "Esse percentual coloca o Brasil no mesmo
patamar de países de baixa renda, onde a prevalência é de 11,8%. Nos países de
renda média o percentual é de 9,4%", avalia a instituição.
A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que 15 milhões de bebês
nasceram prematuros (com menos de 37 semanas de gestação) em 2010.
Relação com cesáreas
Apesar de não ser conclusivo, o estudo aproxima o alto índice de
prematuridade ao nascer às frequentes cesarianas praticadas no Brasil. Em 2000,
37% dos nascimentos no país eram via cesarianas; em 2010, o índice chegou a 52%.
O fato de os maiores índices de prematuridade terem sido registrados nas
regiões economicamente mais desenvolvidas do país, Sul e Sudeste, serviram de
indício para a avaliação de que a epidemia de cesarianas pode explicar a alta
taxa de prematuridade.
Enquanto Sul e Sudeste registraram taxas de prematuridade de 12% e 12,5%,
respectivamente, o Centro-Oeste ficou em 11,5%, o Nordeste com 10,9% e o Norte
com 10,8%.
Fonte Folhaonline
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