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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Risco de morte por câncer cai 20% em 20 anos nos EUA, aponta relatório

Dados foram divulgados pela Sociedade Americana contra o Câncer. Levantamento prevê 1,6 milhão de novos casos este ano no país

O risco de morte por câncer nos Estados Unidos caiu 20% em 20 anos, fato que seria reflexo de uma prevenção maior e de avanços no tratamento da doença, segundo o último relatório da Sociedade Americana contra o Câncer (ACS), divulgado nesta semana.

A mortalidade por câncer caiu ininterruptamente nessas duas décadas, informou a ACS, destacando que os maiores avanços ocorreram em homens adultos negros. Nesse grupo, a taxa de mortalidade causada pela doença diminuiu pela metade.

Mas, apesar dos feitos impressionantes, os negros americanos ainda registram a maior incidência de câncer e morte pela doença entre todos os grupos étnicos. De acordo com o relatório da ACS, esse grupo registra o dobro dos casos em relação aos asiáticos, os menos afetados.

Queda entre homens
De 2006 a 2010, ano das últimas estatísticas disponíveis, a incidência de câncer diminuiu 0,6% por ano entre os homens nos EUA e permaneceu estável entre as mulheres. A taxa de mortalidade pela doença, no entanto, caiu 1,8% por ano entre os homens e 1,4%, entre as mulheres.

A taxa combinada de mortalidade diminuiu nas últimas duas décadas, passando do nível máximo de 215,1 por 100 mil habitantes, em 1991, para 171,8 por 100 mil, em 2010. Essa redução de 2% se traduz em 1,34 milhão de mortes evitadas (952.700 homens e 387.700 mulheres) durante o período.

No entanto, a magnitude dessa queda varia significativamente de acordo com a idade, a origem étnica e o sexo dos doentes, passando de uma taxa de mortalidade que continua imutável entre mulheres brancas de 80 anos para uma queda de 55% entre homens negros entre 40 e 49 anos.

"O progresso que estamos vendo é excelente e excepcional, mas podemos e devemos torná-lo melhor", disse o presidente da ACS, John Seffrin.

"A redução à metade do risco de morte entre os homens negros de 40 a 49 anos em apenas duas décadas é algo extraordinário", destacou Seffrin, mesmo tendo ressaltado que "a taxa de mortalidade por câncer continua sendo mais alta entre os negros que entre os brancos, em quase todos os principais tipos da doença".

Segundo o relatório, "essa disparidade racial na sobrevivência é explicada sobretudo pelas diferenças de tratamento no momento do diagnóstico".

Novos casos em 2014
O relatório da ACS também prevê 1,66 milhão de novos casos de câncer nos Estados Unidos em 2014, além de 585.720 mortes – 1.600 por dia – causadas pela enfermidade.

Entre os homens, os cânceres de próstata, pulmão e colorretal serão a metade de todos os tipos de carcinomas diagnosticados. Um em cada quatro cânceres detectados no país é de próstata.

No caso das mulheres, os três tipos de tumores mais comumente diagnosticados em 2014 serão o de mama, o de pulmão e o colorretal, que representarão a metade de todos os casos. O câncer de mama equivalerá a 29% de todos os novos casos de câncer entre as mulheres americanas, segundo projeções da ACS.

Os cânceres de pulmão, próstata, mama e colorretal são as principais causas de morte relacionadas com a doença, representando quase metade do total de mortes por câncer entre homens e mulheres nos EUA.

"Atualmente, estamos em um ponto de inflexão (desvio) na história da medicina do câncer", disse o médico Ronald DePinho, presidente do MD Anderson Cancer Center, em Houston, no Texas, sul dos EUA, um dos institutos mais importantes do mundo em pesquisas sobre a doença.

"Agora, teremos uma profunda compreensão sobre os mecanismos do câncer e avanços tecnológicos que nos permitem tratar muito melhor os pacientes" e detectar previamente os tumores, explicou DePinho, durante entrevista à emissora de televisão CNN, no ano passado.

Segundo o presidente, o avanço mais importante da medicina na última década foi na área de imunoterapia, que é a capacidade de ensinar o sistema imunológico do corpo a lutar com eficácia contra as células cancerosas.

G1

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