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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Cãoterapia: o sucesso da terapia de quatro patas na ala pediátrica do hospital

Foto: Elioenai Paes
Chanel, Paraná, Namour e Thor, cães terapeutas capazes de
 melhorar o humor das crianças
Além da distração, visita dos cães melhora o humor das crianças e faz crescer a adesão dos pequenos ao tratamento médico
 
Segunda-feira é dia de festa na ala pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Os motivos têm quatro patas e pelos fartos: são os cães da ONG Patas Therapeutas, que fazem visitam periódicas às crianças internadas. O resultado imediato é o sorriso da molecada e em curto prazo a equipe já percebe maior adesão ao tratamento e atitudes mais sociáveis.
 
Namour e Maria Eduarda têm ambos seis anos. Ele é um dócil golden retriever em busca de carinho. Ela, uma garotinha que se trata de um câncer no sistema nervoso. Assim que se viram no hospital, ela olhou com desconfiança para Namour. Só ousou encostar nos pelos dourados do animal, após o estímulo do pai e da mãe. Ainda ressabiada, a menina foi perdendo o medo. No fim, já estava abraçado ao cachorro que, além de ter sua idade, tem praticamente sua altura.
 
Maria Eduarda teve um neuroblastoma, câncer infantil que tem incidência maior do que a leucemia. Já retirou o tumor e agora está fazendo o tratamento padrão. E agora sabe que, exceto a primeira segunda-feira de cada mês, em todas as outras ela poderá ter o dia preenchido por mais carinho, este por conta de um ser de quatro patas.
 
“As crianças deixam sua família, escolas, amiguinhos e às vezes até animais de estimação para ficarem aqui, se submetendo a tratamentos que são dolorosos. O que a gente faz é pegar o mundo de fora e trazer para dentro do hospital”, explica Silvana Fedeli Prado, fundadora da ONG Patas Therapeutas. “A gente resgata todo esse vínculo afetivo, eleva a autoestima das crianças”.
 
E é bem assim. Marcus Vinicius Francisco, um garoto de 13 anos que está internado há pouco mais de um mês, ficou só sorrisos quando Paraná, um dos cães, que não tem raça definida, subiu no leito para lhe fazer companhia. Kayla Carvalho, garota de nove anos em tratamento contra uma leucemia, também teve seu momento com Paraná: pôde passear com o cãozinho veterano em terapia assistida. Paraná tem 14 anos.
 
O diretor da pediatria da Santa Casa de Misericórdia, Rogério Pecchini, diz que a terapia assistida com animais é fantástica. “Além de trazer alegria durante as visitas, porque tem a questão do inusitado, a criança se mobiliza, melhora o humor, a adesão ao tratamento e socialização com a equipe. Qualquer coisa que possa induzir uma distração para as crianças é importante”, comenta.
 
E o bom é que ninguém corre o risco de levar uma mordida. “Os animais são escolhidos pela ONG pela docilidade e capacidade de serem controlados, e são acompanhados pelos seus donos, que também são voluntários. ”Nunca houve nenhum incidente provocados por esses animais."

iG

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