Foto: Diego Vara / Agencia RBS Os afogamentos ocupam o segundo lugar no ranking de mortes de crianças até 14 anos por acidentes no Brasil |
Os afogamentos ocupam o segundo lugar no ranking de mortes de crianças até 14 anos por acidentes no Brasil, perdendo apenas para o trânsito, com 2 mil mortes por ano, incluindo os atropelamentos.
Para alertar a sociedade sobre esse risco, a ONG Criança Segura lançou uma campanha de prevenção afogamentos de crianças e adolescentes.
A cada ano, mais de 1,1 mil crianças morrem afogadas, segundo dados do Ministério da Saúde. A maior incidência ocorre com crianças entre um e qutro anos — 422 casos, o que representa 37% do total. Em segundo lugar, vêm as mortes de crianças com idades entre 10 e 14 anos — 407 registros e 36% dos casos.
— O objetivo da campanha é gerar um alerta para a população de que a prevenção é simples, mas precisa entrar no dia a dia das famílias. O adulto deve estar sempre com a criança quando ela estiver na água. Noventa por cento dos acidentes podem ser evitados — disse a coordenadora nacional da ONG, Alessandra Françoia.
Ela explica que o elevado número de mortes ocorre porque o afogamento é um acidente silencioso e muito rápido.
— A gente tem quatro minutos para salvar a vida da criança depois que ela perde a consciência. Um balde com dois dedos de água pode ser suficiente para uma criança de até três anos se afogar — afirma.
Os cuidados em casa devem ser redobrados: depois do uso, esvaziar e armazenar em locais altos baldes, bacias e banheiras, deixar abaixada a tampa do vaso sanitário e esvaziar tanques. Outras formas de prevenção importantes são ensinar a criança a nadar a partir dos quatro anos e ensinar, aos responsáveis, técnicas de primeiros socorros para o caso de uma emergência.
O alerta maior, no entanto, é para locais abertos como represas, rios, lagos e mares, que respondem por 424 mortes por ano, o equivalente a 38% dos casos. Piscinas também despertam preocupações, principalmente por causa dos ralos, já que há casos em que crianças ficam presas por partes do corpo ou pelo cabelo.
— Todo mundo sabe que tem que pôr a tampa no ralo. Um país sério determina tolerância zero para o acidente. Nenhuma família precisa sofrer essa dor. Quem tem que evitar somos nós mesmos, sendo consumidores exigentes e pais mais atentos — ressaltou Alessandra.
No caso das piscinas, as medidas de prevenção incluem instalar alertas sonoros de movimento e ralos cobertos anti-sucção, além de tampá-las com lona após o uso.
Com relação aos clubes, Alessandra informa que o Rio de Janeiro é o único estado que tem obrigatoriedade de ter salva-vidas.
— Essa responsabilização do prestador de serviço tem que acontecer — acrescentou.
Um projeto de lei que torna obrigatória a presença de profissionais salva-vidas em balneários ou locais aquáticos abertos ao público foi aprovado na quarta-feira, dia 19, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. O texto seguirá agora para apreciação do Senado, a não ser que haja recurso para que seja votado pelo plenário da Câmara.
A campanha da Criança Segura pode ser acompanhada pela página da ONG no Facebook e pelo site da ONG.
Agência Brasil / Zero Hora
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