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terça-feira, 29 de abril de 2014

Varicela

Foto: ADAM
Varicela
Definição
 
A catapora ou varicela é uma das clássicas doenças da infância. Uma criança ou um adulto com catapora podem apresentar centenas de bolhas que causam coceira, se rompem e encrostam. A catapora é provocada por um vírus.
 
O vírus responsável pela catapora é o varicela-zóster, um integrante da família do herpes-vírus. O mesmo vírus também causa herpes zóster (cobreiro) em adultos.
 
Nomes alternativos
Varicela; catapora
 
Causas, incidência e fatores de risco
Em um quadro típico, uma criança fica coberta de erupções e não pode ir à escola por uma semana. Na primeira metade da semana, a criança sofre muito com a intensa coceira; na segunda metade, sofre de tédio. Desde a introdução da vacina contra a catapora, a doença tornou-se muito menos frequente.
 
Foto: ADAM
Catapora: esta é uma típica lesão na perna
A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha ou por tosse ou espirro.
 
Geralmente, a vacina previne a doença completamente ou a torna muito moderada. Mesmo aqueles que estão infectados com uma versão moderada da doença podem ser contagiosos.
 
Quando alguém é infectado, a catapora leva de 10 a 21 dias para se manifestar. As pessoas tornam-se contagiosas de 1 a 2 dias antes de a doença irromper no corpo. Elas permanecem contagiosas enquanto as bolhas encrostadas estão presentes.
 
A maioria dos casos de catapora ocorre em crianças menores de 10 anos. A doença costuma ser moderada, embora possam ocorrer sérias complicações em alguns casos. Normalmente, os adultos e as crianças mais velhas ficam mais gravemente doentes do que crianças menores.
 
Os filhos de mães que tiveram catapora ou crianças que receberam a vacina estão menos predispostas a se contagiar com a doença antes do primeiro ano de vida. Caso a doença ocorra no primeiro ano de vida, ela costuma ser moderada. Isso se deve aos anticorpos presentes no sangue da mãe que as protegem. As crianças menores de 1 ano cujas mães não tiveram catapora nem foram vacinadas podem ter uma versão mais grave da doença.
 
Os sintomas mais graves da catapora são mais frequentes em crianças com sistema imunológico problemático. Isso pode ser resultado de uma doença ou de medicamentos, como quimioterapia e esteroides.
 
Sintomas
A maioria das crianças com catapora apresenta mal-estar, com sintomas como febre, dor de cabeça, dor de barriga ou perda de apetite de 1 a 2 dias antes das famosas erupções aparecerem. Esses sintomas duram de 2 a 4 dias após se manifestarem.
 
Uma criança comum chega a desenvolver de 250 a 500 bolhas pequenas que coçam sobre os pontinhos vermelhos na pele:
 
- As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo e se proliferam a partir daí. Em geral, o surgimento de pequenas bolhas no couro cabeludo confirma o diagnóstico.
 
- Um ou dois dias depois, as bolhas ficam acinzentadas e viram crostas. Enquanto isso, uma nova onda de bolhas pipoca em grupos. Com frequência, a catapora surge na boca, na vagina e nas pálpebras.
 
- Crianças com problemas de pele, como eczema, podem ter mais de 1.500 bolhas
 
A maioria das pintinhas não deixa cicatrizes, a não ser que sejam infectadas por bactérias ao serem coçadas.
 
Algumas crianças que tomaram a vacina ainda desenvolverão uma versão moderada de catapora. Geralmente, elas se recuperam muito mais rápido e têm poucas bolhas (menos de 30). Esses são casos difíceis de serem diagnosticados. Entretanto, essas crianças ainda podem contagiar outras pessoas.
 
Exames e testes
Normalmente, a catapora é identificada através das clássicas erupções na pele e do histórico médico da criança. Se houver dúvidas, poderão ser realizados exames de sangue e testes nas próprias bolhas.
 
Tratamento
Na maioria das vezes, manter a criança confortável enquanto o corpo combate a doença sozinho é o suficiente. Banhos de aveia com água morna deixam uma camada cascuda e confortável sobre a pele. Loções tópicas ou anti-histamínicos orais podem amenizar a coceira. Corte as unhas rentes para evitar infecções secundárias e formação de cicatrizes.
 
Já foram desenvolvidos medicamentos antivirais seguros. Para que apresentem a melhor eficácia possível, eles devem ser ministrados em até 24 horas após o surgimento das erupções.
 
- Os medicamentos antivirais não costumam ser usados em crianças aparentemente saudáveis. Adultos e adolescentes, mais suscetíveis aos sintomas graves, poderão se beneficiar se o caso for identificado logo no início
 
- Os antivirais são muito importantes para indivíduos com problemas de pele (como eczema ou queimaduras solares recentes), problemas pulmonares (como asma) ou para pessoas que ingeriram esteroides recentemente. O mesmo é válido para crianças e adolescentes que têm costume de tomar aspirina frequentemente
 
- Alguns médicos também prescrevem antivirais para aqueles que convivem com a pessoa infectada e, consequentemente, são contagiados com catapora. Devido à elevada exposição, essas pessoas, normalmente, apresentariam uma versão mais grave da catapora
 
NÃO DÊ ácido acetilsalicílico para alguém com suspeita de catapora. O uso do medicamento tem sido associado a uma grave doença chamada Síndrome de Reyes. O ibuprofeno tem sido associado a infecções secundárias mais graves. O acetaminofeno (paracetamol) pode ser usado.
 
Até que as feridas formem uma crosta e sequem, deve-se evitar brincar com outras crianças, frequentar a escola ou voltar ao trabalho.
 
Evolução (prognóstico)
O resultado costuma ser excelente em casos que não sejam graves. Encefalite, pneumonia e outras infecções bacterianas invasivas são complicações sérias, mas raras, decorrentes da catapora.
 
Depois da catapora, o vírus costuma permanecer dormente no organismo pelo resto da vida. Cerca de 1 a cada 10 adultos apresenta herpes zoster quando o vírus é reativado em momentos de estresse.
 
Complicações
- Mulheres com catapora durante a gravidez sofrem o risco de passarem a infecção congênita para o feto
 
- Os recém-nascidos são mais suscetíveis a apresentar infecções graves caso sejam expostos ao vírus e a mãe não esteja imunizada
 
- As bolhas podem causar uma infecção secundária
 
- A encefalite é uma complicação grave, mas rara
 
- A síndrome de Reye, a pneumonia, a miocardite e a artrite transitória são outras possíveis complicações da catapora
 
- A ataxia cerebelar pode surgir durante a fase de recuperação ou posteriormente. Esta doença é caracterizada por afetar o equilíbrio do caminhar
 
Ligando para o médico
Procure seu médico caso haja suspeita de catapora ou se seu filho for maior de 12 meses de idade e ainda não foi vacinado contra esta doença.
 
Prevenção
A catapora é uma doença transmitida pelo ar e é altamente contagiosa antes mesmo de aparecerem as erupções, o que torna sua prevenção difícil. É possível pegar catapora de uma pessoa que está em outro corredor no supermercado e nem sabe que tem catapora!
 
A vacina da catapora faz parte da rotina de imunização:
- As crianças recebem duas doses da tradicional vacina contra catapora. A primeira dose é dada dos 12 aos 15 meses de idade. A segunda dose é recebida dos 4 aos 6 anos de idade
 
- Pessoas acima de 13 anos que não foram vacinadas e não contraíram catapora devem tomar as duas doses da vacina, respeitando um intervalo de 4 a 8 semanas
 
Praticamente ninguém que toma a vacina chega a apresentar catapora grave ou moderada. Do pequeno número de crianças que contraíram catapora após receberem a vacina, apenas uma criança apresentou um caso moderado.
 
A vacina da catapora não necessita de um reforço posterior. Entretanto, uma vacina semelhante, mas diferente, recebida posteriormente reduz a incidência de herpes zoster (cobreiro).
 
Fale com seu médico caso você ache que seu filho pode ter risco de complicações e possa ter sido exposto. Medidas preventivas imediatas podem ser importantes. A vacinação logo após a exposição ainda pode reduzir a gravidade da doença.
 
Referências
Myers MG, Seward JF, LaRussa PS. Varicella-zoster virus. In: Kliegman RM, Behrman RE, Jenson HB, Stanton BF, eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 18th ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsevier;2007:chap 250.
 
American Academy of Pediatrics Committee on Infectious Diseases. Recommended immunization schedules for children and adolescents--United States, 2008. Pediatrics. 2008;121:219-220.
 
This article uses information by permission from Alan Greene, M.D., © Greene Ink, Inc.
 
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