Foto: Domingos Peixoto |
Toronto - Um estudo do Hospital St. Michael, no Canadá, comprovou que
a etnia do pai tem influência sobre o peso do bebê ao nascer.
Anteriormente, a equipe do professor Joel Ray já havia determinado a
relação entre o peso da criança e a etnia da mãe. Agora, ficou claro que
a ancestralidade do pai é igualmente determinante.
Ray, um
médico e pesquisador do Li Ka Shing Knowledge Institute, estudou o tema
devido à relação entre o peso do bebê imediatamente antes de nascer e o
parto mais adequado (bebês maiores, por exemplo, tendem a requerer mais
cesarianas). Além disso, conhecer detalhes sobre o peso nos primeiros
dias de vida do bebê é fundamental para acompanhar seu progresso nos
dias e semanas seguintes. A equipe do médico analisou diversas crianças
de etnias diferentes.
Os gráficos atuais que trazem informações
sobre o peso dos bebês ao nascer partem do pressuposto de que o “padrão”
é a ascendência europeia. Isso significa que muitos bebês de
ascendência asiática podem ser classificados como abaixo do peso quando,
na verdade, são normais para a etnia da mãe. O novo estudo mostra que o
mesmo é verdade quando se trata do pai.
Conhecer como a
ancestralidade importa no peso do bebê ao nascer é particularmente
importante no Canadá, dado o grande número de famílias multiétnicas.
Pesquisadores liderados por Joel Ray desenvolveram o primeiro gráfico de
peso ao nascer para grupos específicos espalhados pelo país, mas usando
unicamente a etnia da mãe. O trabalho que se publica nesta
segunda-feira no “Journal of Epidemiology and Community Health” mostra
que bebês nascidos de mãe e pai estrangeiros têm, em média, 6% menos
peso do que aqueles cujos pais nasceram no Canadá.
Ray também
pesquisou se o peso dos bebês era afetado pela região onde os pais
viviam. Quando pais imigrantes vivem em bairros com uma alta
concentração de pessoas da mesma origem, seus bebês pesam menos que os
de pais canadenses. E isso é particularmente verdadeiro para meninos,
segundo o estudo, que não indicou causas para isso. Para chegar aos
números, a equipe do médico e pesquisador examinou quase 700 mil
registros de nascimentos da província de Ontario ocorridos entre 2002 e
2009.
O Globo
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