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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Mais americanos consomem maconha por causa da diminuição da percepção de riscos à saúde

Relatório Mundial de Drogas da ONU sugere que a legalização pode aumentar o uso da droga entre os jovens 

Nova York - Mais americanos estão consumindo cannabis, à medida que cai a percepção dos riscos à saúde, segundo Relatório Mundial de Drogas 2014 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) divulgado nesta quinta-feira — o que sugere a legalização pode aumentar ainda mais o uso da droga entre os jovens.


Trabalhadores na sala de corte no dispensário Medicine Man, em dezembro de 2013, em Denver, no Colorado
Foto: Ed Andrieski / AP
Ed Andrieski / AP - Trabalhadores na sala de corte no dispensário Medicine Man, em dezembro de 2013, em Denver, no Colorado
Em uma descoberta que pode contribuir para um debate internacional sobre a decriminalização da maconha, a ONU declara que mais pessoas em todo o mundo estão em busca de tratamento para distúrbios relacionados com a cannabis.

Ainda é cedo para entender o impacto de movimentos de legalização recentes nos estados norte-americanos de Washington e Colorado e do país sul-americano do Uruguai. No entanto, para jovens e jovens adultos, “regulamentos de maconha mais permissivos estão correlacionados com a diminuição do risco percebido de uso”, que por sua vez pode afetar o consumo, segundo o relatório.

A pesquisa sugere que o declínio da percepção de risco e aumento da disponibilidade pode levar a uma utilização mais ampla e mais jovens sendo introduzidas à droga, disse o UNODC. O consumo de cannabis global parecia ter diminuído, segundo o relatório, refletindo um declínio em alguns países europeus.

Os estados de Washington e Colorado em 2012 se tornaram os primeiros nos Estados Unidos a legalizar a maconha recreativa, mas as leis federais do país ainda proíbem a venda. Citando estatísticas de antes de as novas regras entrarem em vigor, o UNODC disse que o número de pessoas nos Estados Unidos com 12 anos ou mais que usaram cannabis pelo menos uma vez no ano anterior subiu de 10,3% em 2008 para 12,1% em 2012.

Em relação a outros narcóticos, um aumento na produção de ópio no Afeganistão — onde a área cultivada saltou 36% em 2013 — foi um revés, enquanto que a disponibilidade global de cocaína caiu junto com a produção entre 2007 e 2012. No ano passado, a produção mundial de heroína recuperou níveis elevados jamais vistos de 2008 a 2011, o UNODC acrescentou.

— Até 200 mil pessoas morrem a cada ano devido a drogas ilícitas — disse o diretor-executivo do UNODC, Yury Fedotov em um comunicado.

Em dezembro, o Uruguai se tornou o primeiro país a legalizar o cultivo, a venda e consumo de maconha, um experimento social pioneiro que visa arrancar o negócio de criminosos e que será observado de perto por outros debatem liberalização de drogas. Os críticos dizem que a legalização não só vai aumentar o consumo, mas abrir a porta para o uso de drogas mais pesadas do que a maconha.

— Apesar de o público em geral perceber a maconha como uma droga ilícita menos prejudicial, tem havido um aumento considerável no número de pessoas que procuram tratamento para transtornos por uso de cannabis ao longo da última década — disse o UNODC.

Em um comunicado conjunto, um grupo de organizações não-governamentais americanas e inglesas apelou aos governos para que pusessem fim à “cara e contraproducente” guerra contra as drogas.

Reuters / O Globo

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