Paris - Mulheres que engravidam com óvulos doados têm pelo menos três vezes mais risco de desenvolver complicações graves do que outras que fizeram tratamento de fertilidade. Essa é a conclusão de um estudo do Instituto Mutualiste Montsouris, em Paris, divulgado recentemente.
A pesquisa descobriu que a doação de óvulos pode aumentar em até quatro vezes o risco de pré-eclâmpsia, e de até três vezes o risco de pressão alta durante a gravidez, em comparação com outras mulheres que não engravidaram por esse meio.
Grande parte do público que recorre a óvulos doados tem faixa etária superior a 40 anos de idade. Estudos anteriores sobre esse método de gravidez já indicava um aumento de risco de complicações, mas até então não se sabia se isso era em decorrência da idade avançada ou da própria doação.
Observando mais de 580 mulheres acima de 35 anos, a nova pesquisa, no entanto, concluiu que o uso um óvulo doado, por si só, aumenta os riscos, independentemente da idade. Quase 18% das mulheres que engravidaram após doação de óvulos sofreram de pressão alta, segundo o estudo, em comparação com 5% de outras que foram submetidas ao tratamento de fertilidade. Já risco de pré-eclâmpsia — uma condição ligada à pressão arterial elevada, o que pode ser fatal — subiu de 2,8% para 11,2%.
De acordo com os cientistas, os problemas decorrem de alterações na tolerância imunológica do embrião quando se encontram genes femininos com características diferentes das do destinatário.
O Globo
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