Ebola coloca em risco a existência da Libéria, diz ministro da Defesa

Foto: Stringer/Reuters Corpo de suspeito de infecção por ebola é
abandonado em Monróvia, capital da Libéria

País concentra mais da metade das mortes pelo vírus na África

 

Rio - A epidemia de ebola é uma séria ameaça à própria existência da Libéria. As palavras são do ministro da Defesa do país, Brownie Samukai, que disse na ONU que o vírus estava se espalhando como um “incêndio selvagem”, e devastando tudo ao seu caminho.

 

As declarações de Samukai foram ecoadas pelo representante especial do secretário-geral da ONU Karin Landgren, que disse que a Libéria está enfrentando sua mais grave ameaça desde a sua guerra civil de uma década terminou em 2003. Ela considerou o surto de "últimos dias praga" e sua propagação como "impiedosa".

 

Libéria é a nação mais atingida entre as nações afetadas pela atual epidemia de Ebola, com pelo menos 1.200 mortes registradas. Ao longo das últimas três semanas, o país registrou um aumento de 68% no número de infecções, e da Organização Mundial de Saúde estima que a estatística vai se acelerar nas próximas semanas.

 

Há grave falta de leitos hospitalares, forçando suspeitos e vítimas de ebola a voltarem para suas comunidades ou para a esquerda espera fora das instalações médicas, agravando o risco de maior contágio. Pelo menos 160 profissionais de saúde foram infectados, 79 dos quais faleceram, em uma nação que contava com um médico único para 100 mil habitantes no início da epidemia.

 

Especialistas acreditam ainda que a explicação mais provável para o surto de ebola é o consumo de animais selvagens infectados, a chamada carne de caça. Em uma estudo da Universidade de Oxford, publicado na revista eLife nesta semana, 15 países africanos estão em risco de transmissões semelhantes - um número maior do que se pensava anteriormente.

 

O Globo