BBC: Suécia inova e cria 'barreira do álcool' para punir motoristas bêbados |
Equipamentos assemelham a cancelas de pedágio e para que a cancela se abra, o motorista é obrigado a soprar o bafômetro
A polícia da Suécia inaugura formalmente, na semana que vem, um novo
modelo para o controle da embriaguez no trânsito: barreiras eletrônicas
móveis que testam, automaticamente, se o motorista está com o nível de
álcool no sangue acima do limite permitido por lei.
As
novas barreiras eletrônicas, que são transportáveis, se assemelham a
cancelas de pedágio. Para que a cancela se abra e o motorista continue
seu trajeto, ele é obrigado a soprar o bafômetro.
Caso o condutor esteja com o nível de álcool no sangue
(alcoolemia) acima do limite legal, a cancela permanece fechada ─ e a
polícia entra em cena.
Em reportagem exibida na TV sueca
SVT, foi demonstrado que basta soprar o bafômetro por um segundo e meio
para completar o processo.
"As novas barreiras vão facilitar
bastante o trabalho da polícia. E poderemos também reduzir o número de
policiais nos postos de controle", disse Bengt Svensson, da Polícia
Nacional sueca, em entrevista à SVT.
As "barreiras do álcool",
como já estão sendo chamadas, foram desenvolvidas pela Polícia Nacional
da Suécia, em cooperação com a Associação pela Sobriedade no Trânsito
(Motorförarnas Helnykterhetsförbund, MHF).
As barreiras
eletrônicas já foram testadas com êxito no porto da cidade sueca de
Gotemburgo. E a partir da próxima quarta-feira, já começa a ser usada
para controlar o nível de álcool dos motoristas que utilizam as balsas
no porto de Frihamnen, na capital Estocolmo.
Controle
A
ideia é expandir gradualmente o uso das "barreiras do álcool" em
rodovias, portos e postos de controle policial da Suécia, um país
conhecido pela cultura de extrema intolerância a infrações,
especialmente àquelas relacionadas à embriaguez no trânsito.
A lei
sueca estabelece um limite máximo de 0,02% de nível de álcool no sangue
de quem dirige. A punição para quem viola a lei inclui multa e pena de
até dois anos de prisão.
Em 2013, uma lei brasileira acabou com qualquer tolerância permitida de bebidas alcoólicas.
Nos
testes realizados com as barreiras eletrônicas no porto de Gotemburgo
no outono de 2013, foi registrada uma redução significativa do número de
motoristas com taxa de álcool acima da permitida.
O principal
fator dessa redução, segundo os idealizadores do projeto, foi uma
campanha eficiente de informação aos motoristas sobre a instalação das
cancelas automáticas contra embriaguez nas linhas de saída e chegada das
balsas.
Antes da instalação das barreiras no porto, os registros
apontavam que a cada 95 carros que passavam pelos controles manuais
feitos por funcionários da alfândega, um motorista era flagrado
dirigindo sob influência de álcool.
Após a instalação das novas
barreiras, apenas dez condutores foram parados pelo equipamento durante
todo o período de testes – o que significa, segundo os organizadores do
projeto, que apenas um motorista, em cada grupo de 875 veículos que
passou pelas barreiras, tinha alcoolemia acima da permitida segundo a
lei sueca.
"É uma redução expressiva, que mostra o potencial deste
novo conceito de ’barreiras do álcool'", diz Arne Winerdal, diretor da
Associação pela Sobriedade no Trânsito (MHF).
Os testes de Gotemburgo também demonstraram que a medida não prejudicou o fluxo do tráfego no porto.
"As barreiras eletrônicas funcionaram de forma rápida e eficaz", afirmou o líder do projeto, Tomas Jonsson.
De
acordo com a MHF, os testes realizados em Gotemburgo foram pioneiros no
mundo, e as novas 'barreiras do álcool' já têm atraído o interesse da
União Europeia.
BBC Brasil / iG
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