Foto: Ana Branco |
Estudo publicado na “Nature” poderia abrir
frentes para desenvolver e manter novos tecidos no caso de doenças
degenerativas e lesões
La Jolla, EUA - Pesquisadores americanos desenvolveram uma nova
técnica para reparar o músculo danificado. O método também cria um
conjunto de células-tronco de suporte. O estudo, publicado neste domingo
na revista “Nature Medicine”, é uma promessa de uma nova terapia para
tratar milhões de pessoas que sofrem de doenças musculares, como
distrofias e perdas associadas ao câncer ao envelhecimento.
Existem dois processos importantes que precisam ocorrer para manter a
saúde muscular esquelética. Primeiro, quando o músculo sofre algum dano
por lesão ou doença degenerativa, como a distrofia, as células-tronco —
ou células satélite — precisam se diferenciar até se tornarem células
musculares capazes de reparar a lesão. Segundo, o conjunto de células
satélite precisam ser repostas para que haja uma oferta para reparar os
músculos quando for novamente necessário. No caso da distrofia muscular,
os ciclos de regeneração e degeneração que envolvem a ativação das
células satélite acabam por esgotar o estoque de células-tronco do
músculo até o ponto em que o problema se torna irreversível.
— Nosso estudo descobriu que, ao introduzir um inibidor da proteína
STAT3 nos ciclos repetidos, foi possível alternadamente repor o conjunto
de células satélite e promover a diferenciação das fibras musculares —
afirmou Alessandra Sacco, professora do Instituto de Pesquisa Médica
Sanford-Burnham. — Nossos resultados são importantes porque o processo
funciona em células de camundongos e humanos.
— Nosso próximo passo é analisar por quanto tempo podemos estender
esse padrão e testar alguns dos inibidores de STAT3, atualmente em
ensaios clínicos, para outras indicações, como câncer, o que poderia
acelerar os testes em humanos — acrescentou.
— A descoberta é muito encorajadora. Hoje não existe cura para
distúrbios de perda de músculo. Medicação e terapias podem apenas
reduzir a velocidade do processo — afirmou Vittorio Sartorelli, chefe do
Laboratório de Células-Tronco Musculares e Regulação Genética. — Um
tratamento poderia reparar a massa muscular de pacientes, e isto seria
um grande avanço.
O Globo
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