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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Pesquisadores descobrem a chave para fabricar novos músculos

Foto: Ana Branco
Estudo publicado na “Nature” poderia abrir frentes para desenvolver e manter novos tecidos no caso de doenças degenerativas e lesões

La Jolla, EUA - Pesquisadores americanos desenvolveram uma nova técnica para reparar o músculo danificado. O método também cria um conjunto de células-tronco de suporte. O estudo, publicado neste domingo na revista “Nature Medicine”, é uma promessa de uma nova terapia para tratar milhões de pessoas que sofrem de doenças musculares, como distrofias e perdas associadas ao câncer ao envelhecimento.

Existem dois processos importantes que precisam ocorrer para manter a saúde muscular esquelética. Primeiro, quando o músculo sofre algum dano por lesão ou doença degenerativa, como a distrofia, as células-tronco — ou células satélite — precisam se diferenciar até se tornarem células musculares capazes de reparar a lesão. Segundo, o conjunto de células satélite precisam ser repostas para que haja uma oferta para reparar os músculos quando for novamente necessário. No caso da distrofia muscular, os ciclos de regeneração e degeneração que envolvem a ativação das células satélite acabam por esgotar o estoque de células-tronco do músculo até o ponto em que o problema se torna irreversível.

— Nosso estudo descobriu que, ao introduzir um inibidor da proteína STAT3 nos ciclos repetidos, foi possível alternadamente repor o conjunto de células satélite e promover a diferenciação das fibras musculares — afirmou Alessandra Sacco, professora do Instituto de Pesquisa Médica Sanford-Burnham. — Nossos resultados são importantes porque o processo funciona em células de camundongos e humanos.

— Nosso próximo passo é analisar por quanto tempo podemos estender esse padrão e testar alguns dos inibidores de STAT3, atualmente em ensaios clínicos, para outras indicações, como câncer, o que poderia acelerar os testes em humanos — acrescentou.

— A descoberta é muito encorajadora. Hoje não existe cura para distúrbios de perda de músculo. Medicação e terapias podem apenas reduzir a velocidade do processo — afirmou Vittorio Sartorelli, chefe do Laboratório de Células-Tronco Musculares e Regulação Genética. — Um tratamento poderia reparar a massa muscular de pacientes, e isto seria um grande avanço.

O Globo

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