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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Baixos níveis de oxitocina no pós-parto podem estar ligados a um vínculo fraco de mãe com filha

Estudo australiano aponta que mulheres com relacionamento conturbado com a mãe podem ter dificuldades de se relacionar com seus próprios filhos
 
Mulheres que têm problemas de relacionamento com suas mães são mais propensas a sofrer de baixos níveis do hormônio oxitocina depois que elas dão à luz, fazendo com que tenham dificuldade para se relacionar com seus próprios filhos, segundo pesquisa realizada pela Universidade de New South Wales.
 
É a primeira vez que uma ligação é feita entre oxitocina, vínculo e ansiedade de separação, uma condição em que as pessoas constantemente verificam seus entes queridos e se preocupam que algo ruim pode acontecer com eles.
 
No estudo, publicado na revista PLoS ONE, amostras de sangue foram retiradas de mais de 100 mulheres grávidas no hospital de Liverpool.
 
Aquelas que relataram relacionamentos maternais problemáticos apresentaram um déficit claro na oxitocina, o hormônio do vínculo e da confiança, em comparação com aquelas que relataram vínculos fortes com a mãe na infância.
 
- Os resultados imediatos do pós-parto mostram que o que você experimentou na paternidade – essas experiências formadoras – são fundamentais para a resposta ao hormônio da oxitocina – disse o principal autor do estudo, o professor Valsamma Eapen. – Acreditamos que a ansiedade da separação de seus entes queridos possam servir durante a gravidez como uma bandeira vermelha para identificar as mulheres que têm traços inseguros e interpessoais negativos, e temos de nos concentrar nessas questões como um componente essencial da gestão de ansiedade ou depressão.
 
Eapen, que também é cátedra de psiquiatria infantil e adolescente da universidade, disse que elas poderiam ser alvo de intervenções psicológicas cedo, talvez em conjunto com o tratamento de oxitocina. O próximo passo da pesquisa seria, portanto, segundo ele, acompanhar os bebês das mulheres estudadas para ver como esses fatores influenciaram o seu nível de apego e seu comportamento.
 
O professor Philip Boyce, chefe da psiquiatria perinatal da Unidade de Pesquisa Clínica do Hospital Westmead em NSW, afirmou que os estudos em animais mostraram que oxitocina estava muito intimamente relacionada com a forma como os animais se relacionam com a sua prole.
 
No entanto, ele ratificou que pesquisadores estão cada vez mais examinando como ela afeta as relações humanas.
 
- Já houve trabalhos que observaram o uso da oxitocina para melhorar relacionamentos, por exemplo em pessoas com autismo, que podem ter dificuldades para formar relações sociais – disse. – Houve também algumas experiências interessantes feitas em casais que discutem muito para ver se o tratamento com a oxitocina pode ajudar a melhorar sua relação.
 
O Globo

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