Feito abre caminho para o desenvolvimento de medicamentos e vacinas mais eficazes
New Haven , Connecticut — O HIV é capaz de enganar o sistema imunológico porque a proteína que o vírus usa para infectar células está em constante mutação. Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade Yale e da Weill Cornell Medical College desmascararam este mestre dos disfarces e conseguiram imagens em alta resolução da superfície desta proteína, monitorando como ela muda constantemente de forma. O feito pode servir de base para novos métodos de ataque ao vírus por medicamentos e vacinas.
— Agora podemos ver como esta máquina de fusão funciona e, de maneira geral, é semelhante ao funcionamento dos vírus da gripe e do ebola — disse Walther Mothes, da Universidade Yale e um dos líderes da pesquisa, ao lado de Peter Kwong, do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, e Scott Blanchard, da Weill Cornell Medical College.
O estudo foi publicado nesta quarta-feira, simultaneamente nas respeitadas revistas “Science” e “Nature”. Ele descreve a estrutura e a dinâmica da proteína que envolve o HIV que é utilizada para infectar as células.
No momento da infecção, a proteína precisa estar em “estado aberto”, entretanto, em estado fechado ela é menos visível para os anticorpos. Deste modo, as proteínas tendem a ficar a maior parte do tempo fechadas, abrindo rapidamente apenas para se fundir às células, tornando o ataque ao vírus mais difícil.
Mothes destaca que a pesquisa explica porque uma classe de anticorpos, descoberta em alguns pacientes com AIDS, oferece proteção contra a doença. Estes anticorpos neutralizantes mantém a proteína em estado fechado, prevenindo a disseminação do vírus.
— A determinação da estrutura da configuração fechada da proteína que reveste o HIV e a visualização direta das rápidas aberturas representam um grande passo em direção ao desenvolvimento de medicamentos e vacinas — disse Mothes.
O Globo
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