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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Transplante de fezes inova o tratamento de infecção intestinal

Clostridium difficile
Terapia para curar o problema não é coberta por convênios e pode custar R$ 7.000
 
As fezes, normalmente, são consideradas substâncias sujas, e os coliformes fecais são até indicadores da sujeira de um local ou produto. Mas os excrementos têm sido usados para o tratamento da colite pseudomembranosa, inflamação intestinal grave que pode levar à morte.
 
A doença é causada pelo excesso de bactérias do tipo Clostridium difficile, que são difíceis de serem eliminadas. No transplante de fezes, os excrementos de uma pessoa saudável são colocados no intestino grosso do doente.
 
“A meta é reconstruir a homeostase (o equilíbrio) microbiana do intestino e, com isso, romper o ciclo de agentes antibióticos que alteram o microbioma”, explica a médica María Vázquez Roque, professora assistente de gastroenterologia e hepatologia na Clínica Mayo de Jacksonville, no Estado norte-americano da Flórida. Esse resultado costuma ser atingido após somente um transplante. Com antibióticos, as chances de cura da colite pseudomembranosa variam entre 40% e 50%. Já com o transplante fecal, esse número sobe para quase 90%.
 
Método
O processo do transplante começa com a escolha de um doador. Normalmente, escolhem-se dois membros da família do paciente. São selecionadas pessoas sadias, que passam por uma série de exames – dentre eles, teste para HIV, hepatites e vermes.
 
“No hospital, eles evacuam em um penico. Depois, as fezes são homogeneizadas – diluídas com soro fisiológico em um liquidificador – e centrifugadas. A parte líquida, então, é transplantada para o paciente”, explica o gastroenterologista Aloísio Carvalhaes, médico do Hospital Vera Cruz, em Campinas, que já aplica a técnica em seus pacientes.
 
A implantação do material no paciente, feita até cinco horas após a coleta, pode ser feita de duas formas: por meio de uma endoscopia, ou por uma colonoscopia. “Os doadores não têm incômodo nenhum ao realizar o transplante. Para o paciente, há o incômodo normal de uma endoscopia ou de uma colonoscopia. Ele ainda fica cerca de dois dias no hospital para observarmos se não haverá nenhuma infecção e depois vai para casa normalmente”, conta o medico. O volume de fezes transplantado, segundo o médico, varia de acordo com o paciente, mas pode ir de 70 ml a 300 ml.
 
Doença
Os principais sintomas da colite pseudomembranosa são uma diarreia forte, que leva o doente a evacuar seis vezes por dia ou mais, febre e dores abdominais. Normalmente, são desenvolvidas por pessoas que precisaram tomar muitos antibióticos para tratar alguma outra infecção.
 
Preços
Os convênios brasileiros ainda não reconhecem o transplante fecal, portanto, o tratamento não é coberto. Os custos totais de um transplante fica entre R$ 5.000 e R$ 7.000.
 
Evento
O transplante fecal está sendo discutido na XIII Semana Brasileira do Aparelho Digestivo, que vai até a próxima quarta-feira (26) e está sendo realizada no Rio de Janeiro.
 
O Tempo

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