Luiz Morier / Agência O Globo Estudo traz "evidências promissoras" |
Rio - Um estudo divulgado nesta terça-feira aponta "evidências promissoras" de que a prática de ioga pode ajudar no controle e na diminuição dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares. A pesquisa foi publicada no "European Journal of Preventive Cardiology".
O levantamento foi feito com base numa revisão sistemática de 37 estudos, que abrangem 2.768 indivíduos. Investigadores da Holanda e dos Estados Unidos descobriram que a ioga pode proporcionar os mesmos benefícios na redução de fatores de risco que atividades físicas tradicionais, como andar de bicicleta ou brisk walking (caminhada acelerada).
A descoberta foi considerada significativa pelos pesquisadores, já que mostra como indivíduos que não podem ou preferem não fazer exercícios aeróbicos tradicionais são capazes de conseguir benefícios similares aos proporcionados por estas práticas.
A ioga tem sido apontada em vários estudos como eficaz em diminuir o risco de ataques cardíacos e derrames. E esta meta-análise foi realizada, dizem os pesquisadores, para avaliar as provas e fornecer uma estimativa realista da eficácia da prática, quando mensurada contra exercício e nenhum exercício.
Os resultados mostraram, primeiro, que os fatores de risco para doenças cardiovasculares diminuíram mais naqueles que fazem Ioga do que naqueles que não fazem exercício, e, segundo, que a ioga teve um efeito sobre estes riscos comparáveis ao dos exercícios.
Em comparação com aqueles que não fazem exercício, a ioga foi associada a uma melhoria significativa em diferentes aspectos. Por exemplo, o índice de massa corporal (IMC) foi reduzido em 0,77 kg / m2, a pressão arterial sistólica foi reduzida em 21 mmHg. Além disso, a quantidade do mau colesterol diminuiu, enquanto o bom aumentou. Por outro lado, não foram encontradas melhorias em questões relacionadas a diabetes.
A diminuição dos fatores de risco foram ainda mais significativa quando a ioga foi utilizada em complemento a uma medicação. Entre os pacientes com doença cardíaca coronária, a prática proporcionou um benefício estatisticamente significativo na redução do colesterol ruim, quando adicionada a medicamentos (estatinas e hipolipemiantes).
Os motivos dos benefícios, entretanto, ainda não são conhecidos. Para os pesquisadores, podem estar relacionados com o impacto da ioga na redução do estresse, que leva a efeitos positivos sobre o estado neuroendócrino e metabólico do organismo, por exemplo.
Comentando os resultados, a professora e autora do estudo, Myriam Hunink, do Centro Médico da Erasmus University, em Roterdã, e da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston, disse que o estudo reforça que a ioga é potencialmente muito útil e, portanto, merece ser enxergada como tal.
Além disso, tendo em vista a facilidade do seu aprendizado, os pesquisadores também observam que os dados evidenciam como a prática pode ser a ainda mais importante para pacientes com tolerância física inferior, como aqueles com deficiências cardíacas pré-existentes, idosos ou pessoas com dor nas articulações.
Assim, os estudiosos concluíram que a ioga tem o potencial de ser um tratamento e uma prevenção estratégia, dado o seu baixo custo e a falta de necessidade de equipamentos caros ou tecnologia.
O Globo
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